Política

Restos a notar: duelos antes e durante as eleições de 2014

Publicado em 08/08/2013, às 16h07   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)


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Praticamente em toda entrevista feita por um jornalista que resulta em uma nota, matéria, reportagem ou em uma publicação de ping pong “sobram” declarações, comentários, análises e o rescaldo que não são utilizados ali. Muitas destas são interessantes, mas ficam de fora por uma razão ou outra. Este é o conceito desta coluna. A ideia é que em conversa de repórter seja com fonte ou entre colegas, tudo que não é off pode ser usado e tudo que é usado potencialmente interessa a alguém.

Cravou

O governador Jaques Wagner, em entrevista à rádio Metrópole no início desta sexta-feira (7), cravou um petista na “cabeça da chapa” que disputará a eleição estadual em 2014. Não disse qual o quadro do partido é esse. Tampouco que o jogo está combinado com as outras legendas integrantes do extenso bloco de sustentação. Na largada para a sucessão, quatro nomes disputavam a indicação dentro do PT, agora, embora ainda aberta, o panorama está afunilado em Rui Costa (Casa Civil) e Walter Pinheiro (senador).

Gabrielli

Assim como é explícita, mas não pública a predileção de Wagner por Rui Costa, é a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo José Sérgio Gabrielli. Contudo, nas antessalas dos aliados do ex-presidente da Petrobras o clima mistura a lamentação, por ter perdido o “time”, com a esperança de algo novo acontecer. Sussurram que está difícil, mas ainda é possível reposicioná-lo como alternativa. Os mais entusiasmados afirmam que a pedra fundamental da Ponte Itaparica – Salvador pode ser propulsora, embora o tempo corra contra ele em todos os sentidos.

Corrente

Na última semana a Democracia Socialista (DS), expressiva tendência interna do PT, decidiu, via voto, apoiar a candidatura de Everaldo Anunciação para a presidência estadual do partido. O grupo não conseguiu construir um consenso em torno da estratégia para o Processo de Eleição Direta que acontece em novembro, mas a tese de apoio ao “chapão” saiu vitoriosa na eleição do agrupamento.

Ainda intramuros

A corrente é tida como “fiel da balança” no PED. Dentro do agrupamento o nome que despontava era o do deputado federal Afonso Florence. Caso a opção fosse por lançar candidato, o ex-ministro de Desenvolvimento Agrário seria o nome. Florence, contudo, em nenhum momento se colocou publicamente como postulante, mas, se o fizesse, garante um petista de outra tendência mais à esquerda, conseguiria arregimentar apoio suficiente para vencer a peleja.

Deixa disso

Adotando uma postura de quem prefere compor, Florence revela três eixos do acordo firmado entre dirigentes da DS e Everaldo para consagrar a aliança: atualização do programa do PT da Bahia; realizar um esforço de qualificação da direção do partido através de transparência e unidade para um funcionamento colegiado do diretório; e a interiorização do partido dando suporte aos diretórios regionais, municipais, e aos prefeitos, vereadores e lideranças. A ideia é retomar a formação de quadros no partido.

Contraveneno

A corrente interna petista Reencantar realizou seminário no início do mês junho para homologar o apoio a Everaldo Anunciação. Rui Costa é membro desta tendência interna e como esperado tentaram, não sem algum êxito, transformar o evento no ato de endosso, ainda que prematuramente, da candidatura do chefe da Casa Civil à sucessão de Wagner. No último dia 3, a DS fez o mesmo com o postulante dela. Puxando o coro estava o deputado federal Amauri Teixeira, o estadual Yulo Oiticica e o vereador Gilmar Santiago. “Vamos sair daqui com a pré-candidatura de Pinheiro e ir para as ruas. Nós fazemos a nossa parte e Pinheiro faz a parte dele”, convocou o entusiasmado Santiago. Teixeira foi ainda mais enfático: Pinheiro é o melhor quadro do partido para garantir uma sucessão tranquila.

Duelo

Muita espuma para pouco assunto foi a notícia da nomeação do filho do ex-prefeito de João Henrique com a deputada estadual Maria Luiza Orge, Luís Henrique. O caso é mais um de indicação da base aliada como foi feito durante todo o mandato petista. Os pedidos, até onde se sabe, vieram da mãe. Independente disso, o que está no horizonte é outra disputa. João Henrique vai bancar, financeira e politicamente, a candidatura da atual mulher, Tatiana Paraiso. Maria Luiza, após um período reticente, dobrou as mangas e voltou a caminhar em busca de reeleição. Não se sabe se as duas, uma ou nenhuma será eleita em 2014, mas a disputa vai ser interessante de acompanhar. Quanto ao filho, o cargo é político e não há informações aprofundadas sobre atribuições, qualificações e vinculações.

Tribunais de Contas

Pode não dar certo, mas a conta tem sido feita nos bastidores da política baiana. Três vagas serão abertas nos tribunais de contas em 2014. No TCM, Paulo Maracajá se aposenta. Já no TCE, Zilton Rocha e Filemon Matos penduram as chuteiras. Alguns nomes são cogitados para substituir o trio e a depender do que aconteça na construção da chapa majoritária no próximo ano os órgãos de controle externo ganharão figuras tarimbadas do cenário político estadual: Mário Negromonte, Zezéu Ribeiro e Marcelo Nilo podem desembarcar nestes espaços. Como dito, ainda é cedo, mas é bom deixar no ar que conversas existem neste sentido.

Classificação Indicativa: Livre

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