Política

Aliados traçam nova estratégia para tirar Anderson Torres da prisão

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A ideia é tentar politizar o caso e defender que o ex-ministro é um preso político  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil/Fábio Rodrigues-Pozzebom
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 09/05/2023, às 08h42


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O ex-ministro da Justiça Anderson Torres vem tentando encontra uma estratégia para tentar convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a relaxar sua prisão preventiva. Ele foi preso no dia 14 de janeiro por suspeita de participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro e dos bloqueios em rodovias durante o segundo turno das últimas eleições.

De acordo com a coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo, no início, a defesa de Torres tentava afastar o ex-ministro de lideranças bolsonaristas para evitar uma “politização” do caso. Na oportunidade, a ideia era descolar a imagem dele da de Jair Bolsonaro. Entre as medidas adotadas foi o desligamento do advogado Rodrigo Roca, que atuou na defesa da família do ex-presidente.

Em seguida, o advogado de Torres, Eumar Novacki foi escolhido para atuar na defesa de Torres. O magistrado procurou ministros do STF com o objetivo de sensibilizar a corte a soltar o ex-ministro. Nessas conversas, tentava convencer de que Torres não cometeu crime ao se ausentar de Brasília durante os atos golpistas mesmo sendo secretário de segurança do Distrito Federal. No entanto, os ministros da Suprema Corte deram indícios de que Torres tem poucas chances de ser solto, ao menos a curto prazo.

Ainda segundo a publicação, aliados de Torres defendem a mudança da estratégia de defesa. Uma pessoa próxima do ex-ministro disse à coluna que a ideia agora é “mobilizar a classe política” para dizer que a defender que o caso se trata de uma prisão política.

A primeira sinalização de mudança de estratégia foi a visita promovida no dia 5 deste mês por 38 senadores a Torres na cadeia, que contou com a aprovação da defesa do ex-ministro da Justiça e a chancela do STF.

Apesar da autorização, o ministro Alexandre de Moraes proibiu os parlamentares de entrarem no batalhão da PM, onde Torres está preso, com celulares, máquinas fotográficas e gravadores foram proibidos e permitiu que apenas cinco senadores por encontro, que puderam acontecer apenas aos sábados e aos domingos.

Moraes ainda vetou as visitas de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Marcos do Val (Podemos-ES). A justificativa dada pelo ministro foi que a investigação contra Torres no caso dos atos golpistas de 8 de janeiro está relacionada a outras apurações que os dois senadores são alvo.

Com a nova estratégia, pessoas próximas a Torres buscam atrair novos aliados não só da direita e da extrema-direita. Para isso, o grupo vem usando um artigo do jurista Pedro Serrano, crítico da Lava-Jato por causa da prisão de Lula. No texto, o legista desaprova a detenção do ex-ministro.

“Manter Anderson Torres preso é antecipar eventual punição”, diz o artigo de Serrano, que foi publicado no dia 24 de abril no jornal Folha de São Paulo.

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