Política

Após sofrer coação, Marcos do Val pode se afastar do trabalho; entenda

Pedro França / Agência Senado
Marcos do Val teria sido coagido por Bolsonaro para que gravasse falas de Alexandre de Moraes  |   Bnews - Divulgação Pedro França / Agência Senado

Publicado em 02/02/2023, às 19h00   Cadastrado por Edvaldo Sales


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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi procurado por parlamentares que pediram para o mineiro sugerir a Marcos do Val (Podemos-ES) que ele tire uma licença de algumas semanas para cuidar de sua saúde e de uma alegada ‘estafa mental’ após quatro anos de mandato.

Como o BNews noticiou, Do Val afirmou à revista Veja que Jair Bolsonaro teria coagido ele para que gravasse falas do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como forma de comprometê-lo. Ele também disse em uma live que pretendia renunciar ao mandato.

Mais cedo, Marcos do Val afirmou, em entrevista à Globo News, que o objetivo de Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) ao pedir que ele gravasse uma conversa dele com Moraes, era anular a eleição, manter Bolsonaro no cargo e fazer o magistrado ser preso.

Entenda o caso

Em uma publicação feita hoje, a Revista Veja expôs mensagens trocadas entre o ex-deputado Daniel Silveira e o senador Marcos do Val que confirmam a tentativa de uma ação desesperada por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro que tinha três objetivos: prender o ministro do STF, Alexandre de Moraes, impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e anular as eleições.

O plano consistia em alguém de confiança do ex-presidente se aproximar do ministro Alexandre de Moraes devidamente equipado para gravar as conversas do magistrado com o intuito de captar algo comprometedor que servisse como argumento para prendê-lo.

De acordo com a Veja, em uma reunião do Alvorada, Bolsonaro descreveu os detalhes do plano, o qual contaria Daniel Silveira e o senador Marcos do Val, que, três dias depois, em 12 de dezembro, enviou uma mensagem para Moraes, que já sabia da reunião porque o próprio senador já havia informado, pedindo para falar pessoalmente com o ele.

A revista revela que, a reunião, que aconteceu numa sexta-feira e durou cerca de 40 minutos, entre o ex-presidente, Silveira e Marcos do Val, foi cercada de cuidados absolutamente incomuns - como, por exemplo, o uso de códigos para se referir ao encontro.

Ao longo da conversa, Bolsonaro disse a do Val que já tinha acertado com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pela segurança do presidente e que tem a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob seu organograma, que daria o suporte técnico à operação, fornecendo os equipamentos de espionagem necessários.

Além disso, o ex-presidente afirmou que apenas cinco pessoas teriam conhecimento do plano: Bolsonaro, Silveira, do Val, a quem caberia a tarefa de gravar Alexandre Moraes, caso aceitasse a missão, e, supostamente, dois militares.

Segundo a publicação, o senador pediu um tempo para pensar na proposta. No dia seguinte, Silveira enviou uma série de mensagens ao senador cobrando uma resposta, dizendo que a missão era segura e que nem Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, ficaria sabendo. Contudo, após uma rápida conversa com Moraes – o qual não acreditou que Bolsonaro estava planejando o que poderia se tornar um golpe de estado - do Val respondeu as mensagens de Daniel Silveira se recusando a fazer parte do plano.

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