Política

Marcos do Val faz revelação sobre reunião com Bolsonaro e Daniel Silveira; saiba qual

Ag. Senado
Marcos do Val disse que foi chamado para uma reunião no Palácio da Alvorada na qual foi discutida a possibilidade de um golpe de estado  |   Bnews - Divulgação Ag. Senado

Publicado em 02/02/2023, às 17h27   Cadastrado por Edvaldo Sales


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O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou, em entrevista à Globo News, nesta quinta-feira (2), que o objetivo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) ao pedir que ele gravasse uma conversa dele com ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, era anular a eleição, manter Bolsonaro no cargo e fazer o magistrado ser preso.

Eu falei pra ele: ‘Daniel, de cara eu já te digo que isso é ilegal. Eu tenho que ter autorização judicial [para gravar a conversa]’. [...] Aí ele falou ‘ah, mas isso a gente resolve depois’. No meu entendimento, já ficou claro que era algo fora da legalidade”, disse do Val sobre reunião no Palácio da Alvorada.

De acordo com do Val o objetivo era induzir Moraes a dizer “que em alguns processos ele extrapolou a constituição”.

Aí o Daniel vira e fala: ‘nosso objetivo é anular a eleição, manter o presidente no cargo e o ministro Alexandre ser preso”.

Segundo do Val, Bolsonaro ouviu tudo calado.

Entenda o caso

Em uma publicação feita hoje, a Revista Veja expôs mensagens trocadas entre o ex-deputado Daniel Silveira e o senador Marcos do Val que confirmam a tentativa de uma ação desesperada por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro que tinha três objetivos: prender o ministro do STF, Alexandre de Moraes, impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e anular as eleições.

O plano consistia em alguém de confiança do ex-presidente se aproximar do ministro Alexandre de Moraes devidamente equipado para gravar as conversas do magistrado com o intuito de captar algo comprometedor que servisse como argumento para prendê-lo.

De acordo com a Veja, em uma reunião do Alvorada, Bolsonaro descreveu os detalhes do plano, o qual contaria Daniel Silveira e o senador Marcos do Val, que, três dias depois, em 12 de dezembro, enviou uma mensagem para Moraes, que já sabia da reunião porque o próprio senador já havia informado, pedindo para falar pessoalmente com o ele.

A revista revela que, a reunião, que aconteceu numa sexta-feira e durou cerca de 40 minutos, entre o ex-presidente, Silveira e Marcos do Val, foi cercada de cuidados absolutamente incomuns - como, por exemplo, o uso de códigos para se referir ao encontro.

Ao longo da conversa, Bolsonaro disse a do Val que já tinha acertado com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão responsável pela segurança do presidente e que tem a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sob seu organograma, que daria o suporte técnico à operação, fornecendo os equipamentos de espionagem necessários.

Além disso, o ex-presidente afirmou que apenas cinco pessoas teriam conhecimento do plano: Bolsonaro, Silveira, do Val, a quem caberia a tarefa de gravar Alexandre Moraes, caso aceitasse a missão, e, supostamente, dois militares.

Segundo a publicação, o senador pediu um tempo para pensar na proposta. No dia seguinte, Silveira enviou uma série de mensagens ao senador cobrando uma resposta, dizendo que a missão era segura e que nem Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, ficaria sabendo. Contudo, após uma rápida conversa com Moraes – o qual não acreditou que Bolsonaro estava planejando o que poderia se tornar um golpe de estado - do Val respondeu as mensagens de Daniel Silveira se recusando a fazer parte do plano.

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