Política

Arquidiocese de São Paulo se diz perplexa sobre CPI contra padre Julio Lacellotti

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Abertura de CPI contra o padre deve passar por análise do plenário da Câmara Municipal de São Paulo  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 04/01/2024, às 14h47   Cadastrado por Beatriz Araújo


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Em meio à possibilidade de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Padre Júlio Lancellotti, a Arquidiocese de São Paulo informou, por nota divulgada nesta quinta-feira (4), que “acompanha com perplexidade” a decisão. O burburinho teve início após uma ação para investigação das Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na região conhecida como Cracolândia, na capital paulista.

O pedido de abertura da investigação das entidades foi protocolado na Câmara Municipal de São Paulo, em dezembro do ano passado. O local onde as ONGs costumam atuar concentra uma grande quantidade de pessoas em situação de rua e com consumo abusivo de drogas.

Coordenador da Pastoral do Povo de Rua, Padre Júlio Lancellotti não chegou a ser citado nominalmente no requerimento de abertura da CPI. Por outro lado, o vereador responsável pelo pedido, Rubinho Nunes (União), fez diversas declarações, inclusive pelas redes sociais, contra o religioso. De acordo com o político, Lancellotti é o principal alvo da investigação.

No requerimento de abertura de CPI, o vereador afirma que a intenção é investigar ONGs que “fornecem alimentos, utensílios para uso de substâncias ilícitas e tratamento dos dependentes químicos que frequentam a região da Cracolândia”.

Nunes também destacou a necessidade de investigação das organizações da sociedade civil, alegando que “algumas delas recebem financiamento público para realizar as suas atividades”.

O texto recebeu assinaturas de mais de um terço dos 55 vereadores do Legislativo paulistano. Contudo, a CPI precisa ainda ser aprovada em plenário pela maioria da Câmara Municipal para ser efetivamente instalada.

Vale lembrar que, em 2020, enquanto ainda era candidato a vereador, Nunes chegou a solicitar ao Ministério Público de São Paulo a abertura de um inquérito contra o movimento chamado “A Craco Resiste”. De acordo com o político, a organização estaria favorecendor o consumo de drogas. A investigação policial aberta, no entanto, foi arquivada por falta de irregularidades encontradas.

Na nota divulgada pela Arquidiocese de São Paulo, a entidade religiosa apontou o que considera uma coincidência na movimentação de Nunes, um dos fundadores do Movimento Brasil Livre (MBL), em um ano de eleições municipais. “Perguntamo-nos por quais motivos se pretende promover uma CPI contra um sacerdote que trabalha com os pobres, justamente no início de um ano eleitoral?”

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