Política

Assédio na Caixa: Vice-líder do governo Bolsonaro ignorou denúncia de vítima anos antes do caso explodir

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Vítima de assédio na Caixa revelou que Congressista se comprometeu a levar o caso adiante  |   Bnews - Divulgação Foto: José Cruz/Agência Brasil

Publicado em 26/09/2022, às 06h57 - Atualizado às 06h58   Redação BNews


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No final de 2020, uma funcionária graduada da Caixa Econômica Federal pediu uma conversa particular com um dos vice-líderes do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Queria falar pessoalmente sobre um assunto sensível relacionado ao banco.

O encontro foi marcado em um café na Asa Sul de Brasília. Lá, o deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Ubiratan Sanderson (PL) ouviu a funcionária dizer que fora assediada sexualmente pelo então presidente da Caixa, Pedro Guimarães. O caso foi revelado pelo site Metrópoles na manhã desta segunda-feira (26).

A funcionária revelou que o então presidente tinha se aproximado dela com toques durante uma viagem a trabalho no estado do Amapá e ainda teria enviado mensagens com teor sexual em outra viagem laboral que fizeram à Paraíba.

A funcionária ainda relatou que rejeitou as tentativas e passou a ser perseguida dentro do banco mesmo tendo ficha funcional com elogios e bons indicadores de desempenho satisfatório.

Em uma conversa recente, a funcionária da Caixa afirmou que o deputado se mostrou sensibilizado com o relato feito por ela e prometeu levar o assunto ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno Ribeiro, responsável pela área de inteligência do governo.

“Ele me disse que falaria com o presidente Bolsonaro e com o general Heleno”, afirmou a funcionária, que teve a identidade preservada por questões de segurança.

Procurado pela coluna, o vice-líder do governo confirmou ter conversado com a empregada da Caixa e ouvido o relato de assédio. Ele negou, porém, que tenha levado as informações ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro Augusto Heleno.

O deputado gaúcho sustenta que ficou esperando a funcionária retornar com provas, o que, segundo ele, não aconteceu – o parlamentar desconsidera o fato, relevante para o caso, de que ela própria dizia ter sido vítima de assédio.

“Ela falou comigo porque sou um deputado da base, sou vice-líder do governo… Eu disse: pois é, você tem algum caso concreto? Tu traz que eu levo adiante. Ela disse que iria procurar e trazer, mas nunca mais me procurou”, disse o deputado ao Metrópoles.

As investigações sobre o assédio na Caixa estão em estágio adiantado no Ministério Público Federal e no Ministério Público do Trabalho. As apurações internas realizadas pelo banco também estão perto de serem concluídas.

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