Política

Bolsonaro omite dados e quebra silêncio sobre descaso com Yanomamis

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Bolsonaro foi acusado, por Lula, de desdém e descaso com Yanomamis  |   Bnews - Divulgação Foto: Alan Santos/PR

Publicado em 23/01/2023, às 06h58   Cadastrado por Vinícius Dias


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Ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) usou seu canal no Telegram e quebrou o silêncio sobre a declaração dada pelo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o acusou de abandonar a população e utilizou o caso dos indígenas Yanomamis como exemplo.

Lula visitou o território Yanomami no último sábado (21) e conferiu a crise de saúde pública e humanitária que a população vive. Entre os problemas, há falta de atendimento médico, transporte e desnutrição.

A região é palco de confrontos violentos entre garimpeiros e os indígenas. Também há acusação de negligência da gestão de Jair Bolsonaro sobre as denúncias feitas.

O texto de Bolsonaro no Telegram foi intitulado como "contra mais uma farsa da esquerda, a verdade". Bolsonaro citou ações do Ministério da Saúde voltadas para os povos indígenas em sua gestão.

O ex-presidente, porém, omite dados sobre mortes de indígenas. Houve aumento nos números a partir de 2019, quando começou sua gestão.

"É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está", disse Lula.

Bolsonaro escreveu que foram realizadas 20 ações de saúde em territórios indígenas entre 2020 e 2022.

Segundo o levantamento "Povos Indígenas e Meio Ambiente", lançado no ano passado pelo Coletivo RPU Brasil, na gestão Bolsonaro houve aumento da mortalidade de bebês indígenas, que voltou a subir em 2019. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre janeiro e setembro de 2019, último mês com estatísticas disponíveis, morreram 530 bebês indígenas com até 1 ano de idade.

Na Amazônia, o desmatamento atingiu, em 2020, a maior taxa de desmatamento em 12 anos, com 10.851 km2. Nas terras indígenas a taxa cresceu 90%.

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