Política

Brazão e Rivaldo podem ter sido beneficiados por vazamentos de operações policiais, indica investigação

Troca de mensagens entre Jomar Bittencourt Júnior e Maxwell Corrêa, o Suel, em 2019 - Reprodução
Troca de mensagens envolveu PM e filho de policial federal  |   Bnews - Divulgação Troca de mensagens entre Jomar Bittencourt Júnior e Maxwell Corrêa, o Suel, em 2019 - Reprodução

Publicado em 04/04/2024, às 08h15   Rebeca Silva


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Uma nova investigação sugere que Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, pode ter obtido vantagens através de vazamentos de operações policiais. Brazão teria conexões com alguns policiais e, possivelmente, obteve informações antecipadas por meio desses canais.

Um dos pontos em investigação é a associação de Brazão com Jomar Bittencourt Júnior, conhecido como Jomarzinho, filho de Jomar Bittencourt, policial federal aposentado. Jomarzinho é considerado um possível informante do caso que resultou na prisão de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz em 2019.

Em 11 de setembro, véspera da prisão, Jomar Bittencourt Júnior recebeu uma mensagem de texto alertando sobre a "operação Marielle". A mensagem mencionava possivelmente a prisão de Brazão e Rivaldo Barbosa, embora os detalhes não estivessem claros.

Brazão e Barbosa são suspeitos que foram detidos na operação Murder Inc, realizada em 24 de março pela Polícia Federal, Gaeco, Ministério Público Estadual e Procuradoria Geral da República. O nome de Domingos Brazão só apareceu oficialmente na denúncia da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em setembro de 2019.

Jomarzinho, depois de receber a mensagem, passou as informações para Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. Há suspeitas de que outros amigos de Ronnie Lessa também tenham sido informados.

Em 2023, na operação Élpis, Suel foi preso e Jomarzinho teve sua casa revistada por determinação judicial. Mesmo que a mensagem tenha errado os alvos, ela previa a operação que levaria à prisão de Lessa e Élcio no dia seguinte.

A preocupação com o vazamento fez a Delegacia de Homicídios antecipar a operação. Ronnie Lessa foi preso logo após as 5h do dia 12 de março de 2019, quando estava se preparando para fugir de sua casa.

As mortes da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorridas em março de 2018, resultaram na prisão de seis pessoas até o momento, incluindo Domingos Brazão, Chiquinho Brazão, Rivaldo Barbosa, Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz e Maxwell Simões Corrêa.

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