Política

Comissão do Senado aprova indicados de Lula para diretoria do Banco Central

Pedro França/Agência Senado
Análise dos nomes ocorre em meio a críticas do governo ao Banco Central e à taxa de juros  |   Bnews - Divulgação Pedro França/Agência Senado

Publicado em 04/07/2023, às 16h25   Cadastrado por Bernardo Rego


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A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (4), duas indicações feitas pelo governo Lula para a diretoria do Banco Central. Por 23 votos a 2, o nome de Gabriel Galípolo foi aprovado para assumir o cargo de diretor de Política Monetária.


Também foi aprovado, por 24 a 1, a indicação de Ailton de Aquino Santos, para a Diretoria da Fiscalização da instituição. Os nomes foram aprovados após sabatina pela CAE. As indicações seguem para votação final no plenário do Senado. As informações são do G1.


As sabatinas acontecem em meio a fortes críticas de Lula e integrantes do governo ao presidente da instituição, o economista Roberto Campos Neto, e à taxa básica de juros, a Selic, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo o governo, a Selic no patamar atual inibe investimentos e prejudica o crescimento da economia.


Perfil dos indicados ao BC

Ex-secretário do Ministério da Fazenda Gabriel Galípolo disse, durante a sabatina, que não cabe a um economista "impor o que ele entende ser o destino econômico" de um país, sem considerar a "vontade democrática" da classe política que foi eleita pelo povo.


"Não cabe a nenhum economista, por mais excelência que ele tenha, impor o que ele entende ser o destino econômico do país à revelia da vontade democrática e de seus representantes eleitos”, pontuou Galípolo à CAE.


"Talvez seja preciso se entender que é óbvio que é o poder eleito democraticamente, a vontade das urnas, que determina qual é o destino econômico da nossa sociedade", frisou o indicado.


Também na sabatina, o indicado para a Diretoria de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, disse que o setor tem enfrentado uma diminuição no número de servidores na última década.
"Não houve aumento do quadro de servidores. Pelo contrário, há 10 anos tínhamos na área de supervisão 1.100 servidores, hoje não chega a 650. Quase um terço desses podem se aposentar ou estão aptos a se aposentar no próximo ano. A média de idade da área de supervisão gira em torno de 50 anos, padrão no restante do Banco Central", pontuou.


Ailton Santos, que, se for aprovado pelo Senado, será o primeiro negro a ocupar um cargo na diretoria do BC, também defendeu aumento na remuneração dos funcionários da instituição. "Impraticável manter a excelência sem recursos humanos em número, grau, expertise e níveis remuneratórios compatíveis com as responsabilidades alocadas à autarquia. Esses são pontos que precisam ser equacionados", destacou.

Classificação Indicativa: Livre

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