Política

Disputas internas na articulação trazem dor de cabeça para governo Lula 3 montar base no Congresso; entenda

Montagem | Gustavo Bezerra/PT, Vagner Souza/BNews e Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Entre os desentendimentos, está atrito que envolve dois dos principais responsáveis pela articulação política do Planalto  |   Bnews - Divulgação Montagem | Gustavo Bezerra/PT, Vagner Souza/BNews e Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Publicado em 11/06/2023, às 12h13   Cadastrado por Yuri Abreu


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O governo Lula (PT) enfrenta uma série de disputas veladas em sua equipe, o que tem trazido ainda mais dificuldades na relação com o Congresso Nacional neste tipo de mandato.

Na avaliação de interlocutores do presidente, conforme O Globo, o atual cenário tem afetado a montagem de uma base coesa tanto na Câmara dos Deputados, como no Senado.

Uma delas envolve dois dos principais responsáveis pela articulação política do Palácio do Planalto, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que têm se desentendido nos bastidores.

O "fogo amigo" também atinge outros ministros, como o da Casa Civil, Rui Costa, alvo constante de queixas na bancada petista; e o da Fazenda, Fernando Haddad.

A origem da disputa entre o ministro das Relações Institucionais e o líder do governo é atribuída por aliados próximos de Lula a um desejo que parlamentar cearense nutria de ocupar o posto que ficou com Padilha.

Auxiliares do ministro afirmam que, ainda na transição, o deputado trabalhou para que o colega assumisse a pasta da Saúde e a articulação do governo ficasse sob seu comando. Agora, entendem que Guimarães utiliza a pressão do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para enfraquecer Padilha no governo.

Por sua vez, petistas admitem que a relação entre os dois “não é redonda” e que as divergências afetam o andamento do cotidiano da articulação política, um trabalho que precisa ter uma operação conjunta para dar certo. Aliados dão como exemplo a escolha dos integrantes da CPMI de 8 de janeiro, que apura os ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília.

Sem uma estratégia definida para influenciar as indicações de partidos da base na Câmara, a presidência do colegiado acabou nas mãos do deputado Arthur Maia (União-BA), considerado um nome não alinhado ao Palácio do Planalto.

Em público, tanto Guimarães quanro Padilha negam o clima de desunião entre eles e minimizam as dificuldades na articulação política.

Rui Costa é alvo

Na visão de deputados petistas, um outro fator que atrapalha a formação da base na Câmara é o que chamam de “falta de sensibilidade política” do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

Após críticas à sua postura, ele só começou a reserver espaço em sua agenda para receber parlamentares recentemente. Embora a relação com o Congresso não esteja entre as suas atribuições, as nomeações de cargos precisam necessariamente passar por sua pasta.

Na última quarta-feira (7), o ex-governador da Bahia precisou se retratar nas redes sociais após chamar a capital federal de “ilha da fantasia”, o que motivou críticas públicas de políticos do Distrito Federal, incluindo deputados do PT. O ministro costuma repetir a aliados ter encontrado dificuldade em lidar com o ambiente de intrigas em Brasília.

Além da bancada petista, Costa enfrentou problemas recentemente com Haddad durante as discussões sobre o novo arcabouço fiscal. Enquanto o ministro da Fazenda queria regras mais rígidas de controle da dívida pública, o chefe da Casa Civil defendia mais espaço para investimentos. As divergências escalaram ao ponto de Lula precisar intervir, prevalecendo a visão da equipe econômica.

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