Política

Documentos comprovam esquema em companhia baiana

Divulgação/Ferbasa
Segundo um ex-diretor, a Ferbasa foi usada para operar um plano de pagamento ilegal de comissões  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Ferbasa
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 19/10/2023, às 08h46 - Atualizado às 12h01


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A denúncia feita pelo ex-diretor da Companhia de Ferro Ligas da Bahia (Ferbasa), Ernani Pettinati, que veio à no início deste mês de outubro que aponta um esquema de pagamentos irregulares de comissões em contas no exterior, ganhou um novo capítulo. O site “O Bastidor” teve acesso a documentos que comprovariam as fraudes na companhia.

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De acordo com a publicação, a Ferbasa disse que “a falsa acusação foi alvo de retratação por parte do ex-funcionário, como consta no processo, que foi extinto”. A ação, de fato, foi arquivada após um acordo extrajudicial entre a companhia e Pettinati.

No entanto, antes do acordo, o ex-diretor detalhou como o esquema funcionava. Entre as informações estão os nomes dos envolvidos, os bancos escolhidos e os valores repassados.

Segundo Pettinati, o atual presidente do Conselho da Administração Ferbasa, Sérgio Dória, que atuava na área comercial, sabia de todo o esquema. O ex-diretor disse ainda que todas as exportações da Ferbasa para os Estados Unidos, a Europa e o Japão havia “pagamentos de comissões em duplicidade” e os “valores eram depositados no exterior em contas numeradas ou em nome de firmas fantasmas”.

Ainda conforme documentos obtidos pelo site, que constam na ação, os bancos escolhidos foram o Handels Bank e o UBS Bank, ambos na Suíça. Pettinati afirmou que uma das contas era movimentada por René A. Thierrian, que seria uma espécie de “testa de ferro” do esquema. A outra era gerida por Dieter Jenny, funcionário da Kloeckner, que atuava com a Ferbasa no exterior.

Para auxiliar no esquema, foram criadas duas empresas fantasmas: a Tamina Trading, que tinha a conta no U.B.S. Bank, e a Whittinghan, que tinha a conta gerida pelo presidente da Ferbasa à época.

Segundo o ex-funcionário, o esquema tinha como objetivo subfaturar as vendas no exterior, para faturar um percentual a mais nas referidas contas. Essa quantia a mais era repassada para terceiros como uma comissão pelas vendas. Na prática, a movimentação era uma maneira de burlar as auditorias da empresa e a Receita Federal. Por fim, o montante era repassado para executivos da Ferbasa.

Logo, existiam duas comissões para realizar uma mesma venda, uma era verdadeira e a outra, com percentual menor, era falsa. Em seguida, essa quantia era depositada nas contas da Suíça transferida para empresas de fachada, sediadas em paraísos fiscais.

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