Política

Dois a zero: A folclórica viagem de Eduardo Bolsonaro à Copa e o novo pendrive que pode derrubar o pai

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Eduardo Bolsonaro curtiu um jogo da seleção brasileira na Copa do Catar, mas justificou que a viagem foi para levar pendrives a autoridades  |   Bnews - Divulgação Reprodução / X / Arquivo
Davi Lemos

por Davi Lemos

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Publicado em 30/11/2024, às 06h00 - Atualizado às 06h00



O dia em que a Polícia Federal (PF) informou ter apreendido um pendrive repleto de informações sobre um suposto golpe de Estado marca também dois anos da visita do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL/SP) ao Catar para levar às autoridades internacionais presentes outros pendrives com informações que, segundo ele, desnudariam fraude eleitoral e trama que explicariam a derrota de Jair Bolsonaro em 2022.

"Nesses pendrives aqui têm vídeos, em inglês, explicando a situação do Brasil. Eu espero que você não creia que aqui no Catar só se fale em copa do mundo. Só para lembrar para você que a Fifa tem mais membros do que as Nações Unidas. A imprensa inteira está aqui. É por isso que a esquerda faz tanto esforço e até projeto de lei para criminalizar quem fale algumas verdades na cara, né, de outros brasileiros que têm esperança de voltar às tetas da Lei Rouanet e etc", Eduardo Bolsonaro, quando divulgou os vídeos sobre o porquê de levar pendrives à copa do mundo de futebol.

Sobre o pendrive encontrado, segundo a PF, em posse do "kid preto", a investigação diz ter havido uma tentativa de anular os resultados das últimas eleições presidenciais. O material consta dos documentos da Operação Luneta, divulgada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta semana.

A Operação Luneta descreve como os documentos encontrados no pendrive tinham uma planilha detalhada descrevendo "fatores estratégicos de planejamento" divididos em colunas com nomes "fato", "dedução" e "conclusão" para a realização do suposto golpe.

Voltando aos pendrives do filho 03 de Jair Bolsonaro, ele justificou a viagem à Copa não como lazer, mas como algo dentro de uma estratégia de "comunicação internacional" para levar ao mundo o estado de coisas brasileiro. ""A esquerda não está preocupada com a tua segurança, nem com a economia. Então, por que você vai cerrar fileira com esses caras? Será que você não consegue imaginar um pouquinho do que está por trás disso? Será que você não consegue perceber a importância da comunicação internacional? Será que a gente vai ter que perder um dos pouquíssimos acessos que nós temos?", disse Eduardo Bolsonaro, há dois anos.

Os pendrives do parlamentar tiveram efeito prático nenhum; não houve, a partir daquela viagem, nenhuma relevante manifestação de líderes internacionais em favor do bolsonarismo: a mais recente declaração de torcida e apoio veio de Elon Musk, que será ministro de Donald Trump, no EUA, mas, aparentemente, nada teve relação com a viagem do deputado ao Catar.

As reações adversas ocorreram também dentro do bolsonarismo baiano, onde membros do PL digladiam-se, ainda nestes dias, devido a críticas direcionadas a Eduardo pela inócua viagem à arábias. 

Os pendrives cujos conteúdos deveriam ir a público em escala mundial não deram resultado nenhum. Já outro pendrive de aliado - ou simpatizante - do ex-presidente Jair Bolsonaro que deveria ficar oculto chegou ao conhecimento geral com condições de gerar efeitos danosos para o bolsonarismo.

Classificação Indicativa: Livre

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