Eleições

Wagner e Roma trocam farpas e tentam isolar ACM Neto em semana agitada

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Petista crê em polarização com bolsonarista na eleição de 2022  |   Bnews - Divulgação Arquivo

Publicado em 28/08/2021, às 06h30   Henrique Brinco


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O senador Jaques Wagner (PT) e o ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos), trocaram farpas na última semana e deixaram de lado a outra ponta que pode protagonizar a eleição ao Governo da Bahia em 2022: o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). Os ataques mútuos começam a dar, antecipadamente, um contorno acalorado para o pleito do ano que vem.

Primeiro, Wagner declarou para a revista "Veja" que o cenário nacional pode influenciar a disputa local, criando algo inédito. "Se a polarização ficar tão intensa que acabe comandando as eleições estaduais, podemos acabar tendo um fenômeno que na fotografia de hoje não existe, que é a polarização se dar entre nossa chapa e a do presidente", avaliou, sinalizando que Roma pode ir par ao segundo turno. Depois, o petista fez piada dizendo que o bolsonarista "não sabe fazer conta" ao comentar a afirmação de que nunca ninguém fez tanto pela Bahia quanto o presidente Jair Bolsonaro. 

Já nesta sexta-feira (27), em uma agenda no município de Eunápolis (BA), Roma - que também vem evitando mencionar Neto desde o rompimento no início do ano - respondeu a alfinetada do petista. "Ontem mesmo o ex-governador Jaques Wagner, ao ser confrontado com uma afirmação minha que Bolsonaro era quem mais estava fazendo pela Bahia, ele disse que eu não sabia fazer conta. E eu tô preparado para passar essa conta a limpo, porque só no auxílio emergencial, no ano passado, a Bahia recebeu mais de R$ 25 bilhões", rebateu. "O presidente Bolsonaro tem tratado com muito carinho respeito, dignidade e tá investindo na Bahia como ninguém".

"A Bahia parou no tempo"
ACM Neto, por sua vez, tentou se manter ativo no noticiário da última semana - que foi tomado pela visita do ex-presidente Lula a Salvador. O herdeiro carlista participou de diversas agendas no Extremo Sul da Bahia e centrou os ataques no petista, tentando colar nele a imagem de um projeto político exaurido pelos 15 anos de gestões petistas no estado.

"Eu tenho certeza que a Bahia pode muito mais e a gente precisa liderar, mas não em homicídios, não em mortes violentas, não no aumento da insegurança e da criminalidade. Nós precisamos liderar em educação de qualidade e geração de empregos, na ampliação de leitos hospitalares. E esse é um problema muito sério aqui em Teixeira de Freitas que precisa ser enfrentado. Não é possível que depois de quatro governos do PT nós ainda não tenhamos uma solução para um hospital que seja adequado, não apenas para Teixeira, mas para toda região", alfinetou.

O fato é que uma eventual candidatura de Roma interessa, e muito, o campo petista - já que ele poderia fragmentar o campo da direita baiano e "sugar" boa parte dos votos de Neto. Não é a toa que, nos bastidores, tem crescido a defesa da tese de que os dois devem superar as diferenças e saiam unidos na chapa majoritária do próximo ano.

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