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Vereadores do DEM de Salvador podem ficar de fora do União Brasil

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Política baiana deve ter "dança das cadeiras" com chegada de novo partido  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 08/10/2021, às 16h14   Henrique Brinco


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A chegada do União Brasil, fruto da fusão entre o PSL e o DEM, vai movimentar a política nacional e também a cena baiana. Em Salvador, alguns vereadores já ensaiam buscar novos ares em outros abrigos, segundo apuração do BNews nos bastidores. Em 2020, a principal reclamação dos candidatos era que a legenda carlista estava "inchada" - sobretudo após a nova lei eleitoral, que limitou as coligações. Agora, com o crescimento decorrente da fusão, existe o risco de o problema se agravar.

"A questão é a possível chegada de outros deputados com mandato para o partido e o 'tamanho' dos novos candidatos que ingressarão.  Isso é o que vai definir a projeção da linha de corte e, consequentemente, a decisão de possível migração dos atuais suplentes e dos novos candidatos que já são filiados", avalia uma fonte da legenda, em condição de anonimato, para a reportagem.

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Uma das cotadas para mudar de casa é a vereadora Marcelle Moraes. A parlamentar - que ingressou no DEM de maneira conturbada -  já iniciou conversas reservadas com outras legendas, a exemplo do PDT, segundo as fontes. A decisão será tomada em conjunto com o irmão dela, o ex-deputado Marcell Moraes. Não está descartada, contudo, uma permanência dela na nova agremiação caso haja condições de uma candidatura a deputada estadual com chances de vitória.

Em situação semelhante está o vereador Claudio Tinoco, que também deve tentar uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O edil, inclusive, já foi abertamente convidado pelo presidente da Câmara Municipal, Geraldo Júnior, a migrar para o MDB.

Um dos principais cotados para "pegar o boné" também é o bolsonarista Alexandre Aleluia. O edil, que é bastante próximo da família do presidente Jair Bolsonaro, já vem dando sinais de insatisfação com os rumos da legenda e com o presidente nacional, ACM Neto, há algum tempo. Desde a última eleição ao Paço Municipal ele já vem ensaiando o movimento

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Se realmente quiserem sair, os filiados ao DEM com mandato deverão aguardar a próxima janela partidária - que dura um mês, sendo aberta antes dos seis meses anteriores ao da eleição. Como o União Brasil surge de uma fusão de dois partidos, quem quiser sair antes do prazo poderá ser penalizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

"A lei só permite que se vá para outro partido, sem perder o mandato, quando há uma criação de um novo partido. No caso do União Brasil, não é criação, é uma fusão. Os partidos já existem e resolveram fundir para ficar como um partido só", explica o advogado eleitoral Ademir Ismerim ao BNews.

Vale lembrar que o TSE ainda precisa aprovar a fusão. A expectativa é que o processo de análise leve três meses, sendo concluído em janeiro.

A advogada eleitoral Deborah Guirra segue a mesma tese e acrescenta que os parlamentares só podem sair antes da janela em caso de comum acordo entre eles e o partido. "Entendo que eles podem ser penalizados se sairem por livre e espontânea vontade. Têm que esperar a janela", ressalta.

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