Política
Publicado em 16/05/2024, às 12h25 Cadastrado por Lucas Pacheco
Políticos do entorno do presidente Lula (PT) entenderam a escolha de Paulo Pimenta para ministro extraordinário da reconstrução do Rio Grande do Sul como uma tentativa de manter no estado um personagem forte na defesa das ações do governo e de minar Eduardo Leite (PSDB), evitando que este se projete com os recursos federais que o estado tem recebido. As informações são da Folha de São Paulo.
Paulo Pimenta é Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) desde o início do governo Lula 3 e será transferido temporariamente para a pasta extraordinária, passando a assumir a coordenação das ações federais em resposta à tragédia climática que atinge o estado e também a articulação com o governo estadual.
A indicação de Pimenta, que é natural do Rio Grande do Sul e que foi vice-prefeito de Santa Maria e deputado federal por diversos mandatos pelo estado, enfrenta resistência nos bastidores de aliados de Lula e de Eduardo Leite, por receios de que a calamidade climática seja transformada em palanque para as eleições de 2026.
Alguns apontam, entretanto, que a politização da tragédia já teria partido de Leite, que estaria evitando citar o nome de Lula em suas falas e que Pimenta é um quadro experiente para esse momento de crise, com o conhecimento da região e que pode ajudar a aproximar o governo Lula do Rio Grande do Sul, um estado onde o PT já teve mais força.
Já aliados do governador Eduardo Leite reclamaram que Leite não foi consultado nem avisado da decisão. Eles dizem avaliar positivamente a prioridade do governo ao RS, mas, ainda assim, há temor da politização da tragédia.
“Nós não vamos permitir que isso sirva de palanque eleitoral. Ninguém tem a expectativa de que quem está trabalhando no RS esteja pensando nas próximas eleições. Espero que o governo federal também não. Ele vai provar se isso é verdade ou não”, afirmou o deputado Lucas Redecker (PSDB-RS).
Já Aécio Neves (PSDB-MG) chamou o comportamento de Lula de não consultar Leite antes da escolha de Pimenta de indelicadeza.
“O governador ficou sabendo que era o Pimenta conversando comigo no telefone. Isso [a criação do ministério] começa com um gesto de indelicadeza num momento como este. Não houve nem consulta nem comunicação ao governador de algo que impacta de forma fundamental no RS. Não houve gentileza ou cuidado”.
Reforma ministerial
A saída temporária de Paulo Pimenta da SECOM também é vista como o início de uma reforma ministerial que Lula pretende fazer após as eleições municipais. Pimenta, há tempos, é alvo de fogo amigo no governo e no PT por falhas da comunicação. Inclusive a comunicação do governo foi alvo de críticas do próprio Lula.
Não há prazo para a atuação de Paulo Pimenta como ministro extraordinário. Em entrevista à GloboNews, o Ministro-Chefe da Casa Civil Rui Costa afirmou que a duração do mandato da autoridade federal deveria coincidir com o período de decretação da calamidade pública, embora seja possível a renovação.
Quando retornar, Pimenta pode ser deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Márcio Macêdo.
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