Flávio Bolsonaro acusa Lula de perseguição política ao indicar Dino ao STF

Um dos principais nomes da oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Flávio Bolsonaro (PL) detonou a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, a vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Em entrevista à coluna de Malu Gaspar do jornal O Globo, o “filho 01” de Jair Bolsonaro disse que não acredita que Dino vá se declarar impedido de julgar processos contra o ex-presidente, caso seu nome seja aprovado em sabatina no Senado. Isso porque o hoje ministro da Justiça teria uma “missão de perseguir políticos, e principalmente o Bolsonaro."

"Deveria, mas não espero dele nenhuma lógica nesse sentido", disse Flávio. "Duvido muito que ele vá se declarar suspeito porque ele está indo para o Supremo com essa missão de perseguir políticos, e principalmente o Bolsonaro", emendou o senador.

"Se você está botando um político lá (no STF) para cumprir missão, ele não vai reconhecer a suspeição dele pra julgar os casos do Bolsonaro", finalizou.

De acordo com o Código de Processo Civil, um juiz deve ser declarado impedido de julgar algum processo de um “amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados” ou “interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes”.

Flávio Bolsonaro disse ainda que caberá à defesa do pai acionar a Justiça para que Dino seja impedido de julgar os processos relacionados a Jair Bolsonaro.

Antes de Lula a indicação de Dino ao STF, Flávio Bolsonaro já havia dito que iria atuar para que o ministro da Justiça tive o seu nome rejeitado no Senado.

Flávio e outros aliados de Bolsonaro culpam Dino pelo avanço de investigações da Polícia Federal contra o ex-presidente, como o caso das joias sauditas e a falsificação na carteira de vacinação e a confecção de uma minuta golpista que previa impedir a posse de Lula. O relator de todos os casos é o ministro Alexandre de Moraes, padrinhos da candidatura de Dino.

Ainda segundo a colunista, a ala bolsonarista do Senado vem montando uma força tarefa para a sabatina de Dino, marcada para o dia 13 de dezembro. A ideia é explorar o temperamento do ministro da Justiça para tirá-lo do sério e o prejudicar nas respostas que possam prejudicá-lo na votação em plenário.