Fogo amigo? Lula e cúpula do PT recebem críticas internas antes de anúncio ministerial; entenda

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e a cúpula da sigla receberam críticas internas antes mesmo do anúncio dos primeiros cinco nomes que vão compor o ministério do petista, a partir de 2023.

Na última sexta-feira (9), Lula confirmou os seguintes nomes como futuros ministros: Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), José Múcio Monteiro (Defesa) e Mauro Vieira (Ministério das Relações Exteriores / Itamaraty). 

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Mas, na quinta-feira (8), de acordo com o site O Bastidor, setores do PT fizeram chegar a Lula e à presidente do partido, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), que era fundamental que a primeira foto do futuro governo, ainda sendo montado, tivesse mulher e/ou pessoa preta.

Houve pressão e crítica nos grupos petistas porque, ao que já se desenhava, o primeiro anúncio só ter homens brancos no primeiro anúncio.

Um dos membros do partido chegou a citar como meta o ministério de Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, que, em 2021, anunciou 38 ministros para seu governo com igual número de homens e mulheres.

Já outro petista chegou a falar em decepção nos setoriais de Combate ao Racismo do PT e Mulheres com a escalação inicial do PT. Acham simbólico que Lula tenha divulgado os primeiros nomes sem ninguém preto ou qualquer mulher.

Lula, durante o anúncio, chegou a fazer um "mea-culpa" e afirmou imaginar que haveria questionamentos sobre a nomeação com esse perfil. 

Na campanha, ele alegou que iria construir um ministeriado mais diversos, compostos, também, por pessoas negras e mulheres.

"Vocês devem estar pensando ou alguém tem a pergunta preparada: presidente Lula, não tem mulheres, não tem negros? Vai chegar uma hora que vocês vão ver mais mulheres aqui do que homens, vai chegar uma hora que vocês vão ver a participação de muitos companheiros afrodescendentes de pé como vocês estão vendo esses companheiros", afirmou.

Ele completou afirmando que a primeira decisão se justifica em iniciar o governo "porque é preciso que algumas pessoas comecem a trabalhar para montar o governo e criar a nossa estrutura", completou o petista.