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General tinha “roteiro” para culpar Lula pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro

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Parlamentares deveriam explorar “ideias-forças” para desgastar o governo Lula  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 24/11/2024, às 09h39   Rebeca Silva



A Polícia Federal encontrou em um HD (disco rígido) do ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes, com um documento que servia como roteiro a ser usado por deputados bolsonaristas durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

Fernandes foi preso na última terça-feira (19) por envolvimento no ato golpista que planejava os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em 2022.

O documento, de três páginas, foi criado no dia 16 de maio de 2023, 10 dias antes de a CPMI do 8 de Janeiro ser instalada. O arquivo revela detalhes de como os bolsonaristas tentaram criar uma narrativa em relação aos movimentos golpistas.

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Segundo informações do Metrópoles, o documento detalha orientações que seriam exploradas pela oposição visando atacar o governo federal, o STF, o ministro Alexandre de Moraes e a Polícia Federal (PF).

Elas foram nomeados de “ideias-forças” e tinham as seguintes finalidades:

  • Desgastar o governo com afastamento dos ministros; e impeachment do presidente da República;
  • Desgaste do STF e de Moraes, a fim de acabar com “ditadura da toga”; impeachment de ministros da Suprema Corte;
  • Anular a prisão e articular a soltura dos “patriotas”.

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O roteiro também inclui uma lista de autoridades que devem ser convocadas (como o então ministro da Justiça Flávio Dino e o ex-ministro do GSI general Gonçalves Dias) e faz sugestões de perguntas.

Roteiro bolsonarista tinha o objetivo de culpar em Lula pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro

A estratégia era mostrar que a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve “responsabilidade” nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, porque “tinha conhecimento do que poderia acontecer e não atuou para evitar a depredação do patrimônio público”.

A estratégia era dizer que houve prevaricação do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e do Gabinete de Segurança Pública (GSI). 

Em relação a Moraes e ao STF, a orientação era dizer que prisão dos “patriotas” se comparava à prisão dos judeus pelos nazistas. Além disso, era para argumentar que as prisões foram arbitrárias, e as audiências de custódia, feitas em desacordo com a legislação. “Ademais, que não houve individualidade no julgamento dos patriotas para que eles passassem a situação de réus, sendo realizado por lotes de centenas de pessoas.”

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