Política

Homem com tatuagens nazista e racista é levado para Polícia, mas liberado por delegado: 'se fod* o STF'

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Delegado de plantão ofendeu STF e negou que há crime em tatuagens  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Twitter/@leo_guimaraes65

Publicado em 29/01/2023, às 11h59   Cadastrado por Vinícius Dias


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Um homem com duas tatuagens com símbolos nazistas e uma terceira de teor racista foi conduzido e, em seguida, liberado em uma delegacia no Rio de Janeiro.

Uma das tatuagens era uma suástica. A ocorrência policial justificou a liberação com uma definição milenar da suástica e ignorou o significado nazista do símbolo.

O homem ainda tinha tatuado no corpo um sol negro - outra referência nazista. Fazer apologia ao nazismo é crime, conforme a lei nº 9.459/97. A pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão.

Já o símbolo racista sequer chegou a ser incluído no registro de ocorrência: a frase "white proud", "orgulho branco" em tradução livre.

Na 9ª delegacia policial, o inspetor responsável pelo registro da ocorrência teria chegado a pedir desculpas ao homem tatuado, segundo Leonardo Guimarães, pesquisador de Justiça e Segurança Pública, que chamou a polícia após ver os símbolos.

"O inspetor [da delegacia] falou que se o homem quisesse tatuar uma piroca era problema dele. Eu disse que não, que a suástica está em lei que é crime, mas ele [o inspetor] me disse que a tatuagem no braço não era propaganda", escreveu no Twitter.

O delegado ainda fez ofensas ao Supremo Tribunal Federal: "Falei, inclusive, que essa não era uma opinião minha [sobre apologio ao nazismo ser crime] e sim do STF [Supremo Tribunal Federal]. O inspetor disse que "se fod* o STF. O STF fica legislando, não tenho nada a ver, ele não manda nessa delegacia".

Em nota, a Polícia Civil do Rio de Janeiro disse que o caso foi registrado para "apurar a prática de racismo ou apologia ao crime" e negou a existência de "qualquer opinião ou ofensa" por parte dos agentes da delegacia.

"Na unidade, a pessoa que denunciou o fato se negou a prestar declarações naquele momento. Já o homem com a tatuagem no corpo alegou que 'a suástica é um símbolo milenar e existe antes do nazismo'", diz a nota.

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