Política

Indiciamento de Bolsonaro no caso das joias reacende “desconfiança” sobre venda de refinaria baiana

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A negociação foi sacramentada por US$1,65 bilhão, embora a precificação de mercado indicasse, na época, que a refinaria valia no mínimo US$4 bilhões  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Acelen
Thiago Teixeira

por Thiago Teixeira

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Publicado em 10/07/2024, às 20h53



A venda da Refinaria de Mataripe, antiga Landulpho Alves (Rlam), voltou aos holofotes devido ao indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias sauditas. Há tempos a Federação Única dos Petroleiros (FUP) exige o cancelamento da venda do empreendimento localizado em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), e sua imediata reestatização.

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De acordo com o coordenador da FUP, Deyvid Bacelar, a Refinaria foi vendida a “preço de banana” para a Fundo Mubadala Capital, de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. A negociação foi sacramentada por US$1,65 bilhão, embora a precificação de mercado indicasse, na época, que a refinaria valia no mínimo US$4 bilhões.

“Tudo leva a crer que essa quadrilha pode ter roubado muito mais do que joias. Os milhões envolvidos nesse crime vergonhoso nem chegam perto do prejuízo de bilhões de dólares que a Petrobrás e o povo brasileiro amargaram com a privatização da Rlam”, aponta Bacelar.

No início do ano, a Controladoria-Geral da União (CGU) entregou à Polícia Federal (PF) um relatório com 185 páginas apontando fragilidades no processo que levou à privatização do empreendimento, em 2021. 

A própria Petrobras abriu investigação administrativa para avaliar a venda da Rlam que, atualmente, é administrada pela Acelen — empresa criada pelo Mubadala Capital, subsidiária do trilionário fundo sediado em Abu Dhabi e que pertence à família real dos Emirados Árabes.

“Será coincidência a nossa refinaria ter sido vendida por menos da metade do valor de mercado para o Mubadala, meses após Bolsonaro e seus comparsas, incluindo o ex-ministro das Minas e Energia, terem recebido indevidamente joias milionárias de autoridades do Oriente Médio? Estamos diante de um crime de lesa-pátria que precisa ser investigado, como nós petroleiros e petroleiras cobramos há anos”, defende o coordenador da FUP.

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