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Solla vai à Justiça para impedir Bolsonaro de inaugurar obra entregue por Rui e Dilma em 2018; evento acontece nesta quinta (30)

Imagem Solla vai à Justiça para impedir Bolsonaro de inaugurar obra entregue por Rui e Dilma em 2018; evento acontece nesta quinta (30)
"Isso atinge o princípio da moralidade administrativa, é ato de improbidade", diz deputado  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 29/07/2020, às 18h33   Henrique Brinco e Eliezer Santos


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O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) revelou ao BNews que ingressou na Justiça Federal nesta com uma ação popular, com pedido de liminar, que pede a suspensão da agenda que o presidente Jair Bolsonaro pretende cumprir na Bahia nesta quinta-feira (30) – uma cerimônia de inauguração do sistema de abastecimento de água de Campo Alegre de Lourdes, no norte do estado.

A obra foi iniciada em 2013 no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e entregue em 2018, em cerimônia com a participação do governador Rui Costa (PT), e está em funcionamento desde então. O Governo do Estao, inclusive, divulgou fotos da construção na época.

Foto: Alberto Coutinho/Arquivo/GOVBA

“Isso atinge o princípio da moralidade administrativa, é ato de improbidade. Pedimos à Justiça que impeça essa inauguração fake de uma obra já entregue há dois anos. Se o ato ocorrer, Bolsonaro terá de restituir cada centavo de dinheiro público gasto para tentar enganar a população”, afirma Solla. 

Na ação judicial, o petista anexou como provas o Relatório de Gestão do Exercício 2018 da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), em que esta obra é relatada como concluída. Apresentou também manchetes de jornais, fotos e releases do governo do Estado e da prefeitura, que noticiam o ato de inauguração, no dia 28 de junho daquele ano.

“O povo de Campo Alegre de Lourdes é testemunha de que o novo sistema de abastecimento já funciona há dois anos, uma obra de R$ 80 milhões que teve a assinatura da presidente Dilma Rousseff. Essa situação é tão esdruxula que precisa ser devidamente punida. O presidente não pode gastar tanto dinheiro com uma comitiva oficial pra fazer uma inauguração fake”, completa Solla.

A cerimônia está sendo montada com toda a pompa e deve atrair os deputados da base aliada. Um convite especial, assinado por Carlos Alberto Franco França, chefe do Cerimonial da Presidência, foi enviado para os gabinetes dos parlamentares. Uma aeronave presidencial partirá de Brasília com os convidados.

Um forte esquema de segurança também está sendo preparado para o evento, que deve contar com atiradores de elite. Essa é a primeira viagem de Bolsonaro após 17 dias de isolamento após contrair o novo coronavírus. O presidente anunciou no sábado (25) o resultado "negativo" de seu quarto teste para a doença. A viagem para a Bahia estava prevista para o início do mês.

Não é a primeira vez que a presença de Bolsonaro no Estado causa polêmica. Em 2019, Rui Costa desistiu de comparecer à inauguração do Aeroporto Glauber Rocha, em Vitória da Conquista (BA), após o cerimonial limitar o número de convites para convidados do Palácio de Ondina.

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