Política

Líder do MST afirma que Governo Lula está com medo de agir: “muito lento” e “medroso”

Ricardo Stuckert / PR
Enquanto segue como alvo da CPI, João Pedro Stedile, líder do movimento, afirma que Lula errou ao falar em invasão de terras  |   Bnews - Divulgação Ricardo Stuckert / PR

Publicado em 12/07/2023, às 10h55   Cadastrado por Tácio Caldas


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Em meio às investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o líder do movimento, João Pedro Stedile, afirmou ao colunista Guilherme Amado do portal Metrópoles, que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está "muito lento" e "medroso" no tocante ao cumprimento das promessas de campanha no campo social.

“Na política interna, o governo está muito lento, lerdo. Me atrevo a dizer, em algumas áreas, até medroso. Até agora nenhuma família foi assentada. Para um governo nosso, seis meses é muito tempo para não ter nenhuma solução objetiva", pontuou Stedile.

O líder do movimento ainda reforçou este fato afirmando que o movimento deu todo o apoio necessário ao presidente nas últimas eleições, quando o petista disputou o poder executivo federal com o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). "As famílias da nossa base não querem saber se o MST é amigo do Lula ou não, mas quando vão resolver o problema da terra”.

A fala de Stedile acontece após o presidente Lula ter acusado o movimento de "invadir terras". Para o ativista, o chefe do executivo federal errou em dar tal declaração.

“Foi um equívoco do presidente Lula voltar a usar a palavra ‘invasão’. Invasão é quando uma pessoa invade uma propriedade alheia para se apropriar daquele bem. O Código Penal classifica como esbulho de um bem. Já a ocupação, quando realizada por movimento popular, é uma forma de luta para chamar a atenção do governo para cumprir o que está na Constituição, que é clara: toda grande propriedade improdutiva deve ser desapropriada pelo governo, com pagamento aos proprietários, e distribuída aos trabalhadores sem-terra”, esclareceu Stedile.

Além dos pedidos do MST que ainda não atendidos, segundo o economista, Lula e seus ministros responderam mal às ações do MST no primeiro semestre de governo. O líder do MST reclama da forma com que a gestão Lula tem tratado a entidade publicamente, e o corrigiu defendendo que o movimento não invade, mas ocupa terras.

“O governo reagiu mal às duas ocupações, na nossa jornada em abril. Se há um decreto presidencial, assinado pelo FHC, declarando que 17 de abril é Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, o que se espera que as pessoas façam? Fiquem em casa dormindo? Então seria o dia do sono profundo da reforma agrária. É óbvio que haveria mobilizações de todo o tipo”, declarou o ativista.

Vale lembrar que o líder do MST  foi convocado pela CPI do MST e deve prestar depoimento aos integrantes da comissão na Câmara dos Deputados, em Brasília, no próximo mês. De acordo com Stedile, essa convocação só aconteceu porque a comissão tem integrantes de extrema direita e ganhou força porque o governo Lula “comeu bola” no Congresso Nacional.

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