'Mais fácil sair nu': Lúcio Vieira Lima revela futuro político da família

Presidente do MDB na Bahia, Lúcio Vieira Lima abriu o jogo sobre o futuro político de sua família. Ex-ministro da integração, seu irmão Geddel Vieira Lima revelou que não pretende se candidatar a mais nenhum cargo eletivo após a prisão no caso do bunker dos R$51 milhões.

Os dois foram deputados federais eleitos pela Bahia. Lúcio Vieira Lima disse que também não quer mais saber de se candidatar e que, a partir de agora, vai direcionar sua vida aos bastidores da política.

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"'Nenhuma [possibilidade de se candidatar]. Uma vez me perguntaram e eu disse: ''é mais fácil eu sair nu pelas ruas de Salvador do que disputar alguma eleição''. Não vai ter mais Vieira Lima, a não ser que algum Vieira Lima queira disputar. Não tem indicação, dizer 'Vieira Lima, vá disputar'. Meus filhos, nenhum manifestou desejo. Minhas sobrinhas, ninguém manifestou desejo. Eu vou impor uma candidatura?", disse em entrevista à rádio A Tarde FM, na manhã desta quinta-feira (29).

Ele completou deixando no ar que tem esperança do cenário mudar dentro da família: "Se amanhã aparecer algum neto que venha através de política estudantil e se manifeste vai ser muito bem-vindo. E espero que o povo o eleja. Mas não creio, não".

Segundo Lúcio Vieira Lima, estar nos bastidores é mais confortável e ele sente que contribui mais ao debate político sem ter as preocupações de um candidato - logo, podendo falar o que quer, sem o medo de ter o volume de votos comprometidos por uma ou outra declaração.

"Você não faz política apenas por mandato eletivo. Muitas vezes, você presta mais serviço à população sem o mandato do que com o mandato. Eu agora, por exemplo, estou muito mais liberto de dar minhas opiniões. Posso ser muito mais sincero, vamos dizer assim, porque não tenho que ter o cuidado de afetar em termo de voto. Hoje eu sou um comentarista político", ironizou.

Ele avalia que, sem se candidatar, tem a opinião ouvida com mais isenção do que quando era candidato.

"Como candidato você perde um pouco. Com interesse de voto, ninguém vai querer dizer que é o super sincero. Você não mente, mas toma cuidado com o que fala, evita bater em algumas coisas", declarou.

Em 22 de outubro de 2019, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Lúcio Vieira Lima, a dez anos e seis meses em regime fechado. Seu irmão Geddel Vieira Lima foi condeando na mesma ação a 14 anos e dez meses de prisão em regime fechado.

Os dois irmãos viram a pena progredir para o regime semi-aberto em 2021, quando o ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, excluiu de suas condenações o delito de organização criminosa. Foi mantida, porém, a condenação por lavagem de dinheiro.