Marta Rodrigues critica concessão da Orla de Salvador para a iniciativa privada: 'É inadmissível'

A vereadora de oposição da Câmara da capital baiana, Marta Rodrigues (PT) teceu duras críticas ao modelo de projeto para Orla apresentado pela Prefeitura na consulta pública divulgada nesta quarta-feira (4).

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“Que modelo participativo é esse? A prefeitura monta sozinha um projeto altamente complexo e acha que está dando alguma transparência com uma consulta pública de apenas 10 dias úteis pra população se manifestar. Isso não é participação democrática, é autoritarismo. Onde estão as audiências públicas? É preocupante”, disparou ela.

Segundo a vereadora, é inadmissível que o Executivo municipal vá conceder toda essa extensão da cidade a uma única prestadora de serviço, terceirizando a mão-de-obra, se esquecendo dos antigos permissionários e de trabalhadores que outrora atuavam nas praias para tirar o sustento e a sobrevivência de suas famílias.

“O modelo que a prefeitura propõe é de conceder outorga por 30 anos a uma única empresa que ficará com 34 quiosques e 70 tendas. Onde está a a preferência aos antigos permissionários para a ocupação dos quiosques? É temeroso esse modelo apresentado sem nenhum debate com a Câmara”, continuou a vereadora.

A vereadora ainda pontua que projeto vai pejotizar as concessionárias sem a participação das comunidades ao redor, sem ouvir a população e os trabalhadores que já atuam na região.

“É no mínimo autoritário e nebuloso dar um trecho da Orla para apenas uma empresa com concessão de 30 anos, sem sequer garantir a mão-de-obra local, a permanência dos permissionários e de quem sempre atuou ali. É a versão Orla do projeto de gentrificação que a Prefeitura insiste em impor na cidade”.