A Polícia Federal tem três jatinhos da Embraer, mesmo assim afirmou não ter recursos para transportar o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, preso na última quarta-feira (21). Havia uma ordem da justiça para que ele fosse transferido de Santos até Brasília, mesmo assim a PF manteve Ribeiro em São Paulo.
Milton Ribeiro é investigado por suposto favorecimento aos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e a atuação informal deles na liberação de recursos do ministério. Há suspeita de cobrança de propina. Foram cumpridos cinco mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nos estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal.
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O desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional Federal (TRF-1), aceitou na quinta-feira (23), um habeas corpus apresentado pela defesa do ex-ministro e mandou libertá-lo.
Um levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo em bases públicas de monitoramento de voos no Brasil mostrou que apenas um dos jatos da PF tem registro de voo na quarta-feira. Outras duas aeronaves de fabricação da Embraer de propriedade da corporação não aparecem como tendo sido usadas na data. O
descumprimento da transferência foi citado pelo delegado Bruno Calandrini, que preside o inquérito,
como um indicativo de interferência na investigação.
No dia da prisão, aponta o levantamento, apenas o jato modelo Embraer ERJ-145LR voou para cumprir missões policiais. O trajeto começou em Foz de Iguaçu, às 11h19, com uma parada em Curitiba, e foi finalizado às 13h55 em Brasília.
A PF também possui o jato modelo Embraer ERJ-145EL, que não foi utilizado no dia da prisão de Milton Ribeiro. O último registro de viagem dessa aeronave data do dia 20 de junho, quando foi realizado um percurso do interior de São Paulo para Brasília. Um dos jatos chegou a ser usado no dia 16 para transportar os corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips para perícia.
A PF também conta com um terceiro avião Embraer modelo E175. Esse jato foi entregue ao governo em dezembro do ano passado numa cerimônia que contou com a presença de três ministros e do então diretor-geral da PF, Paulo Maiurino. Ainda não há registros em bases públicas de o E175 voando em operações oficiais.
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