Política

Olívia Santana quebra o silêncio sobre militante do PCdoB condenado por injúria racial; veja

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Deputada estadual do PCdoB comentou o caso de Emilson Piau, que havia sido indicado pelo partido à Sudesb  |   Bnews - Divulgação Henrique Brinco / BNews
Lula Bonfim

por Lula Bonfim

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Publicado em 11/08/2023, às 05h20


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A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) se manifestou nesta quinta-feira (10), durante o programa Fato & Opinião da BNews TV, sobre o caso de Emilson Piau, militante do PCdoB condenado por injúria racial e que chegou a ser indicado pelo partido para assumir um posto da Sudesb (Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia).


Na época, Piau foi nomeado com o apoio do presidente estadual do partido, o secretário estadual Davidson Magalhães (PCdoB), da pasta do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte. Mas, depois da revelação do caso em que ele foi condenado por injúria racial contra servidoras do Inema (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) e muita pressão popular, acabou sendo exonerado.


Segundo Olívia, sem citar o nome de Davidson, a resistência em exonerar Piau ocorreu pela resistência de entender que um velho amigo pode sim incorrer em racismo.


“Emilson Piau tem uma história antiga. Ele é lá de Conquista e tem uma história antiga no partido, é militante do partido, e as pessoas têm dificuldade muitas vezes de, ao conhecer alguém dentro de um contexto de relação de amizade e até de militância contemporânea, admitir que aquela pessoa praticou um crime de racismo ou de violência contra a mulher e que isso é algo que desabona completamente aquela pessoa e, portanto, ela não tem condições de ocupar um determinado cargo público”, analisou OIívia.


Ainda de acordo com a parlamentar, a decisão de exonerar Piau partiu de uma pressão coletiva, exercida por ela; pela secretária estadual Ângela Guimarães (PCdoB), da pasta de Promoção da Igualdade Racial; e por outros militantes comunistas.


“Foi uma avaliação nossa, do partido. Não somente eu. Tem eu, tem Ângela , temos uma militância na área, uma história, uma construção política que não se pode jogar por terra para salvar um determinado militante, só porque ele tem história. Se a pessoa praticou racismo, é porque a pessoa é racista”, definiu Olívia.


Apesar disso, Olívia defendeu que nenhuma punição, pelo crime que for, deve ser eterna, sendo possível que as pessoas reconheçam seus erros e se recuperem moralmente.


“A gente não pode cair em contradição. Ou a gente é punitivista e pronto, 100%, ou a gente vai dar oportunidade às pessoas, desde que as pessoas reconheçam, assumam e paguem pelos seus erros. Isso é uma questão que, para mim, é chave. E não pode ser por conveniência”, ponderou.


“Eu não acho que aquela pessoa vai ficar ali, naquele lugar de ser racista, pelo resto da vida, por convicção. Tem gente que vai ser assim, mas tem gente que pode parar, refletir, refazer o caminho, buscar ajuda, buscar conhecimento”, concluiu Olívia.

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