Política

ONG do Marajó se manifesta sobre campanha contra exploração infantil retomada por Damares Alves

Valter Campanato / Agência Brasil
A Organização Não Governamental (ONG) emitiu um alerta  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato / Agência Brasil

Publicado em 22/02/2024, às 19h16   Cadastrado por Edvaldo Sales


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Organização Não Governamental (ONG) dedicada à observação de políticas públicas na Ilha de Marajó, o Observatório do Marajó emitiu um alerta sobre a “propaganda” que associa o local à exploração sexual de crianças.

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A entidade chamou o texto de “Não acredite em tudo que vês na internet”, depois de o Marajó viralizar em comentários nas redes sociais na estreia de uma canção escrita e cantada por Aymeê Rocha. A música “Evangelho dos fariseus” foi apresentada na semana passada em um reality show musical gospel no YouTube.

“Enquanto isso, no Marajó / O João desapareceu / Esperando os ceifeiros da grande seara (...)”. Segundo a artista, a referência seria ao tráfico de órgãos e à “pedofilia em nível hard” que acometeriam os moradores da ilha.

Ouça:

Nas redes sociais, o conteúdo foi compartilhado por Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos na gestão de Jair Bolsonaro, bem como por centenas de apoiadores delas nas redes sociais, que passaram a cobrar posicionamento de influenciadores. Famosos como Rafa Kalimann, Juliette e Virginia Fonseca também compartilharam.

Tudo isso fez com que as buscas pelo Marajó aumentassem no Google, superando o interesse virtual na própria capital do estado, Belém.

O Observatório do Marajó disse, no entanto, que essa leitura sobre os municípios da região estaria equivocada. “A propaganda que associa o Marajó à exploração e o abuso sexual não é verdadeira: a população marajoara não normaliza violências contra crianças e adolescentes. Insiste nessa narrativa quem quer propagá-la e desonrar o povo marajoara (...)”, diz um trecho do texto, que continua: “Não espalhe mentiras nas redes e nem caia em desinformação e pânico moral!”.

Além disso, o texto contém uma referência à Damares. De acordo com a ONG, a senadora atuou “espalhando mentiras” sobre o Marajó e, embora tenha prometido, não teria destinado recursos às comunidades escolares da ilha. Ela criou o programa “Abrace o Marajó”, substituído no governo Lula pelo “Cidadania Marajó”.

Damares também foi alvo de um pedido e retratação e indenização de R$ 5 milhões feito pelo MPF do Pará, pelos danos sociais e morais coletivos supostamente causados à população da ilha.

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