Política
Publicado em 22/02/2024, às 19h16 Cadastrado por Edvaldo Sales
Organização Não Governamental (ONG) dedicada à observação de políticas públicas na Ilha de Marajó, o Observatório do Marajó emitiu um alerta sobre a “propaganda” que associa o local à exploração sexual de crianças.
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A entidade chamou o texto de “Não acredite em tudo que vês na internet”, depois de o Marajó viralizar em comentários nas redes sociais na estreia de uma canção escrita e cantada por Aymeê Rocha. A música “Evangelho dos fariseus” foi apresentada na semana passada em um reality show musical gospel no YouTube.
“Enquanto isso, no Marajó / O João desapareceu / Esperando os ceifeiros da grande seara (...)”. Segundo a artista, a referência seria ao tráfico de órgãos e à “pedofilia em nível hard” que acometeriam os moradores da ilha.
Ouça:
Nas redes sociais, o conteúdo foi compartilhado por Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos na gestão de Jair Bolsonaro, bem como por centenas de apoiadores delas nas redes sociais, que passaram a cobrar posicionamento de influenciadores. Famosos como Rafa Kalimann, Juliette e Virginia Fonseca também compartilharam.
Tudo isso fez com que as buscas pelo Marajó aumentassem no Google, superando o interesse virtual na própria capital do estado, Belém.
O Observatório do Marajó disse, no entanto, que essa leitura sobre os municípios da região estaria equivocada. “A propaganda que associa o Marajó à exploração e o abuso sexual não é verdadeira: a população marajoara não normaliza violências contra crianças e adolescentes. Insiste nessa narrativa quem quer propagá-la e desonrar o povo marajoara (...)”, diz um trecho do texto, que continua: “Não espalhe mentiras nas redes e nem caia em desinformação e pânico moral!”.
Além disso, o texto contém uma referência à Damares. De acordo com a ONG, a senadora atuou “espalhando mentiras” sobre o Marajó e, embora tenha prometido, não teria destinado recursos às comunidades escolares da ilha. Ela criou o programa “Abrace o Marajó”, substituído no governo Lula pelo “Cidadania Marajó”.
Damares também foi alvo de um pedido e retratação e indenização de R$ 5 milhões feito pelo MPF do Pará, pelos danos sociais e morais coletivos supostamente causados à população da ilha.
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