Política

Otto Alencar conta detalhes sobre infecção de Covid e revela sequelas: “Temi a morte”

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Senador acredita que a vacina o salvou de que sua infecção de Covid o levasse à morte  |   Bnews - Divulgação Paulo M. Azevedo / BNews
Lula Bonfim

por Lula Bonfim

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Publicado em 19/08/2023, às 18h03 - Atualizado às 18h16


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O senador Otto Alencar (PSD-BA), de 75 anos de idade, fez uma revelação importante sobre a sua vida pessoal, durante participação no BNews Entrevista nesta sexta-feira (18), enquanto se justificava por não ter aceitado a candidatura ao governo do estado em 2022. O parlamentar baiano relembrou uma fase difícil, quando foi diagnosticado com Covid-19, em julho de 2021, e viu a morte de perto.


“Eu tinha saído da crise aguda que eu tive da Covid. Eu tive Covid no Senado, na CPI. Eu saí dali já tossindo. Quando entrei aqui no tubo, na tomografia, eu pedi a meu colega: ‘bota aí o intensificador de imagem, que eu quero ver como é que está esse meu pulmão’. Eu olhei para cima e, quando eu vi o pulmão esquerdo todo com a imagem de vídeo fosca, todo tomado de secreção, eu temi a morte. Saí temendo a morte. Temendo, não. Mas achando que ia dar errado, que não dava certo”, relatou o senador.


Otto lembrou que, durante a pandemia, três colegas de Senado acabaram sucumbindo à doença e falecendo. Foram os casos dos senadores Major Olímpio, de São Paulo; Arolde de Oliveira, do Rio de Janeiro; e José Maranhão, da Paraíba.


“Fui para casa, montamos quase que uma UTI lá, fiquei me tratando, eu estava vacinado com a segunda dose e consegui me salvar. O meu colega, o homem mais forte do Senado, morreu. Major Olímpio. Perdemos três senadores. Arolde de Oliveira, do Rio, morreu. E Zé Maranhão. De 81, morreram três. E uns 20 se contaminaram”, lamentou.


Na época, Otto Alencar era um dos integrantes da CPI da Covid, que investigava a atuação do Poder Público no enfrentamento à pandemia da doença. O senador, que é médico de formação, se destacava nacionalmente, com uma atuação firme contra o negacionismo científico no seio do governo de Jair Bolsonaro (PL), que minimizava a gravidade do quadro pandêmico e discursava contra a vacinação da população.


De acordo com Otto, foi a vacina quem o salvou de ter o mesmo destino de tantos colegas que acabaram falecendo de Covid.


“Eu, realmente, estava vacinado com a Coronavac e eu julgo que a vacina me salvou. Até porque uma das nossas principais auxiliares — me permitam não citar o nome —, com 42 anos, não estava vacinada e faleceu, trabalhando com a gente na CPI”, revelou Otto.


O parlamentar ainda contou que, no início de 2022, quando as discussões para escolher o candidato da situação para o governo da Bahia, ele enfrentava ainda uma sequela da Covid-19: a falta de memória, um problema que ele passava muito longe de ter antes da doença.


“No começo de 2022, eu fiquei com uma sequela muito complicada da Covid, que talvez seja a mais grave de todas: o esquecimento. Eu, que tenho uma ótima memória, não conseguia conectar [um discurso]. Começar do começo, ir para o meio do discurso e ir para o fim. Eu chegava no começo e, depois, voltava para o começo de novo”, contou.


A entrevista pode ser assistida na íntegra no vídeo abaixo.

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