Política

Perícia da Polícia Federal quer identificar onde minuta de decreto golpista foi feita

Valter Campanato/Agência Brasil
A Polícia Federal quer identificar onde, quem e em que circunstâncias ela foi elaborada  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato/Agência Brasil

Publicado em 13/01/2023, às 20h04   Redação BNews


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A Polícia Federal (PF) vai realizar uma perícia na minuta de um decreto para o então presidente Jair Bolsonaro (PL) instaurar estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O objetivo da corporação é identificar onde, quem e em que circunstâncias ela foi elaborada.

O documento foi encontrado na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. Nas suas redes sociais, ele argumentou se deparar "com audiências, sugestões e propostas dos mais diversos tipos" como ministro e alegou que o papel estava em uma pilha de descarte.

Segundo a coluna Painel da Folha de S.Paulo, a perícia pode identificar onde o documento foi digitado, se há algum elemento que ligue aos computadores do governo federal, ou, até mesmo, quem manuseou o papel. Também é possível descobrir quando ele foi elaborado; É a partir daí que os investigadores podem fazer o cruzamento com declarações de integrantes da gestão Bolsonaro no mesmo período para constatar o contexto político da confecção da minuta.

Ainda de acordo com a coluna, pessoas a par da investigação destacam, por exemplo, uma fala do ex-ministro da Defesa e candidato à vice de Bolsonaro, general Braga Netto, em 19 de novembro. Na ocasião, dirigiu-se a apoiadores do antigo governo pedindo fé e um tempo. "É só o que eu posso falar para vocês agora", declarou na ocasião. Os investigadores querem entender se há relação entre manifestações desse tipo e a minuta.

Outro fato que chamou a atenção foi a minuta respeitar as regras para elaboração de decretos desse tipo, indicando ter sido escrito por alguém com profundo conhecimento legislativo.

A apreensão da minuta abre novas rotas de investigação sobre os ataques aos Três Poderes em 8 de janeiro. Segundo especialistas, a informação revelada pela Folha representa um indício jurídico que pode pesar contra Torres e Bolsonaro, mas cujas reais implicações e efeitos para ambos dependerão dos próximos passos e de outros elementos de prova.

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