Política

Perícia em celular de Bolsonaro gera tensão entre aliados do ex-presidente

Agência Brasil
Bolsonaro e família tiveram aparelhos celulares apreendidos pela PF  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 03/05/2023, às 10h50



A perícia que será feita pela Polícia Federal no telefone celular de Jair Bolsonaro (PL) já tem causado momentos de tensão entre aliados do ex-presidente. O aparelho foi apreendido na manhã desta quarta-feira (3) durante a operação que investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.

Autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a ação apura se informações do certificado de vacinação de Bolsonaro, de sua filha, Laura Bolsonaro, de 12 anos, e de sua mulher, Michelle Bolsonaro, foram forjadas.

Segundo a PF, a Operação Venire tem o objetivo de esclarecer a atuação de associação criminosa constituída para a prática dos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde.

Estão sendo cumpridos 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro, além de análise do material apreendido durante as buscas e realização de oitivas de pessoas que detenham informações a respeito dos fatos. Entre os alvos de apreensão está o ex-presidente. Já entre os presos preventivamente estão alguns de seus ex-funcionários, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid Barbosa.

As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19.

Os fatos investigados configuram em tese os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.

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