Política

Revista expõe mensagens que apontam para negligência do GSI durante atos golpistas

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo as mensagens, apesar de alertas, o órgão reduziu a quantidades de agentes que realizavam a segurança do Palácio do Planalto  |   Bnews - Divulgação Marcelo Camargo/Agência Brasil

Publicado em 20/01/2023, às 15h14 - Atualizado às 16h14   Cadastrado por Daniel Serrano


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Após os atos golpistas ocorridos em Brasília, no último dia 8 de janeiro, a revista Veja teve acesso uma série de mensagens que mostram que houve negligência, imprudência e omissão por parte da própria equipe do Palácio do Planalto, em especial do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI).

As mensagens foram trocadas pelo WhatsApp no dia 6 de janeiro, antevéspera dos atos, para discutir o esquema de segurança que ocorreria durante as manifestações que ocorreriam naquele fim de semana. Participaram das conversas representantes dos setores de segurança do governo federal, do governo de Brasília, do Congresso e do STF.

O Comando Militar enviou uma mensagem informando que não preciso reforçar a segurança do palácio naquele fim de semana. “Os órgãos de inteligência estarão monitorando a capital. Qualquer mudança de cenário, informaremos de pronto”.

Duas horas e meia depois, o coordenador de segurança do GSI, coronel André Garcia, enviou a seguinte mensagem ao CMP: “Boa tarde, senhores. O SCP (referindo-se ao secretário de Segurança e Coor­dena­ção Presidencial, general Carlos Feitosa Rodrigues) agradece o apoio dos dragões no dia de hoje. Pelotão de Choque pode ser liberado da prontidão.”

Normalmente, há um pelotão a postos caso seja necessário o reforço da segurança. No entanto, naquele fim de semana, os soldados foram liberados. Com isso, o local contava com um contingente com cerca de dez homens, que atuam como vigilantes que se revezariam na rampa de acesso e nas guaritas em torno do prédio.

No dia 7, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI, enviou um relatório que chama a atenção para o risco de ataques durante as manifestações. Segundo o jornal Folha de São Paulo, o documento apontava para “ações violentas e tentativas de ocupações de prédios públicos, principalmente na Esplanada dos Ministérios”.

No mesmo dia, segundo o jornal O Globo, a Polícia Federal enviou um ofício enviado ao ministro da Justiça, Flávio Dino, informando que um grupo de manifestante ia para Brasília e pretendia “promover ações hostis e danos”, entre outros, “contra os prédios dos ministérios, do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal”.

Apesar dos alertas, não houve qualquer pedido de reforço ou qualquer manifestação no grupo sobre o assunto até o dia seguinte.

No dia 8, o GSI notou uma movimentação de manifestantes perto do Congresso. Nesse momento, uma multidão já estava em frente ao QG do Exército para iniciar uma caminhada até a Esplanada dos Ministérios.

Porém, contrariando o acordo da reunião do dia 6, o governador Ibaneis Rocha liberou a entrada dos manifestantes na Esplanada. Às 11h54, o GSI enviou mensagem ao CMP solicitando o apoio de um pelotão de choque: “Boa tarde, senhores. Haja vista aumento de manifestantes em frente ao CN, o SCP solicita apoio de um Pel Choque ECD desde já… Estou com uma força de reação de 15 agentes”.

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