Política

Zero dois da PGR acumula arquivamentos a favor de Bolsonaro e aliados desde que assumiu cargo

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Vice PGR há dois meses, Lindôra Araújo tem encerrado investigações contra aliados de Bolsonaro  |   Bnews - Divulgação Gil Ferreira/Agência CNJ

Publicado em 19/06/2022, às 12h43   Redação Bnews


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A vice-procuradora-geral da república, Lindôra Araújo, alçada ao cargo há apenas há dois meses, assumiu as investigações que miram o presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados do liberal. E tem apresentado sucessivas manifestações pelo arquivamento dos casos.

De acordo com o jornal O Globo, a linha de atuação dela tem causado estranheza dentro do Ministério Público Federal (MPF), porque contrasta com o seu histórico de atuação.

Tida como linha-dura, sobretudo em inquéritos que envolviam suspeitas de corrupção e desvios de recursos públicos, Lindôra possui longa experiência na área criminal.

No início do mês, em resposta a um pedido de investigação a Bolsonaro pelos últimos ataques às urnas eletrônicas, a vice-PGR afirmou que as manifestações configuravam “opiniões”, e não crime.

Ela também sustentou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no mês passado que Bolsonaro não cometeu crime de racismo por declaração dirigida a um apoiador negro, na qual perguntou se ele pesava “mais de sete arrobas”, medida usada para a pesagem de gado.

Na última terça-feira (14), Lindôra pediu a declaração de extinção da pena imposta ao deputado federal bolsonarista Daniel Silveira (PTB-RJ). Ele foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por incentivar atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal, mas recebeu um indulto por parte do presidente.

A vice-procuradora-geral afirmou ser necessário reconhecer os efeitos do perdão: “O decreto de indulto individual é existente, válido e eficaz, sendo que a repercussão jurídica na punibilidade está condicionada à necessária decisão judicial que declara extinta a pena do condenado”.

Em outro movimento, Lindôra contrariou um relatório da Polícia Federal que imputou ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Após concluir a investigação, a Polícia Federal informou que havia rastreado pagamentos em dinheiro vivo a um irmão de Nogueira por meio de um supermercado no Piauí, entre outras formas de repasses. Lindôra, porém, considerou que as provas eram insuficientes para configurar crime.

“Absolutamente nenhuma irregularidade ocorreu nos fatos apurados”, alegou a defesa do ministro. A solicitação da PGR foi atendida pela ministra Rosa Weber, do STF, que arquivou a apuração.

Procurada, a PGR afirmou que as razões para os arquivamentos constam nas peças apresentadas pela vice-procuradora-geral nas ações.

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