Coronavírus

"Estamos nos preparando para um cenário de guerra", diz Léo Prates sobre ocupação de leitos em Salvador

Dinaldo Silva/BNews
Ele disse ser difícil que a taxa de ocupação dos leitos clínicos e de UTI, em razão do aumento de casos de Covid-19, caia ainda neste fim de semana, uma vez que o ritmo de crescimento da doença segue acelerado  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 03/03/2021, às 13h27   Luiz Felipe Fernandez


FacebookTwitterWhatsApp

O secretário de Saúde do Município de Salvador, Léo Prates, afirmou nesta quarta-feira (3) que os efeitos do lockdown parcial adotado na capital devem demorar a surtir efeito, e admitiu que há o risco de piora no cenário e de caos total do sitsema de saúde.

"Estamos nos preparando para um cenário de guerra", alertou o secretário, em entrevista ao Balanço Geral, da TV Itapoan. "Já mandei instalar macas nos corredores, respiradores móveis, nosso esforço é para não faltar atendimento para ninguém", acrescentou.

Ele disse ser difícil que a taxa de ocupação dos leitos clínicos e de UTI, em razão do aumento de casos de Covid-19, caia ainda neste fim de semana, uma vez que o ritmo de crescimento da doença segue acelerado. 

"Não acredito nisso, sinceramente. O que trabalhamos com as medidas restritivas é para reduzir a taxa de crescimento, tenho a expectativa que até domingo haja uma desaceleração do nível de contágio [...] tem que parar de crescer pois a saúde não aguenta mais esse ritmo. Conseguimos parar a velocidade de crescimento, mas continua acelerando, por isso a preocupação de entrar em colapso", explicou o titular da SMS.

"Os epidemiologistas acreditam que você tem reflexo após 15 dias. As medidas que adotamos foram na sexta-feira passada. Devem ter reflexos mais consolidados desta 'sexta a oito' (12). Se até domingo conseguirmos estabilizar a velocidade de crescimento, alcançar um platô para gente poder trabalhar, já é uma grande vitória", completou.

VACINAS

Prates voltou a dizer que a Prefeitura de Salvador foi surpreendida com o número de idosos. O parâmetro utilizado era a lista de vacinação de outras doenças, como H1N1, fornecida pelo Ministério da Saúde. 

"Estou impressionado com o recadastramento dos idosos, com o volume de recadastramento, saímos de 245 mil para 313 mil idosos na faixa de 60 a 79 anos [...] está sendo muito desafiador o processo de vacinação. Começamos com idosos acima de 90 anos, com 6513 no banco de dados do Ministério da Saúde, mas nós vacinamos 11 mil idosos acima de 90 anos. Não tem planejamento que resista a isso", pondera.

PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Mesmo com toda a dificuldade para seguir o plano de imunização no município, o secretário comemorou a marca de 81% dos trabalhadores da saúde em Salvador vacinados. "Graças a Deus", disse Prates, que confessa que nos últimos tem recorrido à fé e pedido forças à Santa Dulce dos Pobres.

Mesmo tendo direito a ser vacinado, o secretário avisou que só será imunizado quando todos os seus "colegas" da saúde também receberam as doses do imunizante contra o novo coronavírus.

GOVERNO FEDERAL

O pedetista mais uma vez aproveitou para criticar a inanição do Governo Federal em relação a aquisição de vacinas, como no caso das negociações com a Pfizer. 

Prates argumentou que a fabricante tem dado prioridade à interlocução com o Planalto, e portanto dificulta que municípios e estados consigam fazer o negócio de forma autônoma, conforme permitido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

"O Governo Federal não conclui as negociações em aberto. A pedido de Bruno Reis, liguei para o diretor da Pfizer no Brasil e ele disse que as negociações com o governo ainda estão em aberto, e a gente lamenta. Se eles não conseguirem comprar, a gente vai tentar negociar, com o MPF, o MPE, para tentar comprar", afirmou o secretário.

Prates diz que já manifesto o seu "desejo" junto ao prefeito Bruno Reis da aquisição de ao menos 300 mil doses do imunizante de forma independente.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp