Denúncia

Presidente de associação denuncia envio de placa Mercosul de forma irregular da Bahia para o Mato Grosso

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Segundo Ivanio Inácio, concessionária localizada em Salvador fez envio que vai de encontro a uma resolução do Denatran  |   Bnews - Divulgação divulgação

Publicado em 03/12/2019, às 18h13   Redação BNews


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Mais um capítulo envolvendo as placas padrão Mercosul aconteceu e dessa vez envolve a Bahia e o estado do Mato Grosso. Apesar da promessa de segurança com as novas placas, que já foram adotadas na Bahia – e ainda não chegaram ao Mato Grosso, na última semana um fato curioso chamou atenção. 

Placas e documentos de veículos da Bahia foram entregues irregularmente no Mato Groso via correio. A denúncia foi feita pelo presidente Nacional dos Estampadores de Placas Veiculares e da Associação de Fabricantes de Placas do Estado do Mato Grosso, Ivanio Inácio, que recebeu em sua loja um homem tentando fazer a fixação da placa em um veículo. 

Na ocasião, um homem com um carro da Bahia chegou ao local portando uma placa e documento do veículo que foram enviados pelos Correios de Salvador para o Mato Grosso.  “Recebi na última sexta-feira, na minha empresa, um carro que veio da Bahia. Esse carro estava com placa cinza, do modelo antigo, e o cidadão veio na minha loja pra eu fazer a troca da placa, sendo que a placa foi enviada da Bahia, via Correios, juntamente com o documento do veículo. Isso não é permitido, segundo resolução 780 do Denatran, publicada pelo governo federal”, afirmou ao BNews.

De acordo com Ivanio, “somente estampador ou funcionário do Detran tem o dever e obrigação de fixar a placa no automóvel. Não fui eu quem confeccionou, não sei se é verdadeira. Eu devolvi ao cidadão e mandei ele procurar o Detran do Mato Grosso”.

De acordo com o presidente da Associação, a placa e o documento foram enviados diretamente pela concessionária Caoa, localizada na Avenida Paralela, o que não é permitido pela legislação: “A concessionária não pode nem vender placa e nem enviar. E esse cara comprou na Caoa, na Bahia”. Ivanio explicou de que forma as concessionárias recebem as placas e revendem irregularmente: “é a empresa que fabrica e repassa para a concessionária, a concessionária revende para o cidadão sem nenhum controle de rastreabilidade”. O risco do envio está na possibilidade de interceptação da placa e documentos durante o envio com objetivo de forjar o material e cometer outros ilícitos, segundo especialista.  

Diante da possibilidade de instalação das placas padrão Mercosul sem um lacre, como acontecia com a placa antiga, o material está sendo facilmente fabricado e enviado para outros estados pelos Correios. “Quando vem de origem desconhecida, não fazemos”, disse. 

O Art. 19 da resolução 780 do Denatran deixa claro que o processo de instalação das placas deve seguir um procedimento específico: “Todas as etapas do procedimento devem possuir trilhas de auditoria comprobatórias, desde a fabricação e estampagem da PIV até a sua vinculação ao veículo e inserção dos dados no sistema informatizado de emplacamento, nos termos estabelecidos pelo DENATRAN. Parágrafo único. O responsável pelo emplacamento deverá fazer, via sistema, a vinculação do QR Code à PIV disponibilizada”. Desta forma, especialistas alertam que somente o estampador ou o funcionário do Detran podem fixar a placa no veículo.

O presidente Nacional dos Estampadores de Placas Veiculares, Ivanio Inácio, desabafou ao BNews: “como presidente das associações estou lutando para que no Mato Grosso não aconteça o que vem acontecendo nos outros estados”.
Procurada, a Caoa não se manifestou de forma oficial. Uma funcionária da unidade da Avenida Paralela afirmou à reportagem que não teria “ninguém para falar do assunto” e que não teria contato para fornecer. 

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