Polícia

"Foi um assassinato filmado", diz promotor do MP sobre morte de irmãos

Imagem "Foi um assassinato filmado", diz promotor do MP sobre morte de irmãos
David Galo afirmou que com inquérito em mãos o MP fará o papel de garantir que a Justiça seja feita  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 15/10/2013, às 07h19   Caroline Gois (twitter: @goiscarol)




O caso dos irmãos que morreram na última sexta-feira (11), após chocarem a motocicleta em que estavam sobre um poste por conta de uma discussão com uma médica - que é acusada de ter cometido o acidente - ganha cada vez mais repercussão. Na tarde desta segunda-feira (14), durante o Programa Se Liga Bocão, da Record Bahia, o advogado de defesa da oftalmologista Kátia Vargas, de 45 anos, que está sob custódia na sdemi-intensiva do Hospital Aliança, voltou a afirmar que "não há provas para incriminar minha cliente. "Entrei com um pedido de liberdade provisória às 3h deste sábado (12). Minha cliente está em coma induzido por conta da pancada que levou na cabeça. Ainda não conversei com ela", relatou o advogado Vivaldo Amaral.
O advogado explicou que pelo histórico de Kátia é possível que ela consiga o alvará de soltura, saia do hospital, preste depoimento e responda o processo em liberdade. "Ela tem residência fixa, profissão definida, imóveis. É uma temeridade, uma irresponsabilidade antecipar ou pré julgar que minha cliente foi causadora do acidente, já que não existe a prova técnica, ou seja, a perícia não foi concluída", explicou em conversa com o Bocão News.
Porém, do palco do Bocão, uma das tias do jovens, visivelmente abalada com a tragédia, pedia Justiça e fez um apelo para que o caso não fique impune. "Ela destruiu uma família", afirmou a tia. Em contato com o promotor Davi Gallo, que há 19 anos realiza os trabalhos no Ministério Público da Bahia, o desejo dda família parece que foi ouvido. Gallo fez um parecer direto e afirmou que "ela é uma assassiana. A classe jurídica está abalada. Estamos todos chocados. Não adianta agora o advogado - com todo respeito que lhe tenho - vim falar de respeitar a vida da cliente dele. Isso não existe. Ela se autodestruiu. Foi um assassinato filmado", declarou. O promotor afirmou ainda que com o inquérito me mãos o Ministério Público fará a Justiça prevalecer e pedirá a condenação de Kátia. "Não é o MP que julga. Mas daremos nosso parecer favorável. Se a Justiça acatar ao pedido de liberdade provisória desmontrará fraqueza. Ela tem que sair do hospital e ir direto para a prisão", defendeu.

Uma mãe inconsolável



A enfermeira Marinúbia Gomes Dias não sabe onde está encontrando forças para superar o momento que ela resume em "sentimento de morte". Durante a caminhada realizada na tarde deste domingo (13), com saída do Farol da Barra seguindo até a Ondina, onde aconteceu o acidente, a mãe de Emanuel e Emanuelle Gomes Dias, de 22 e 23 anos, conversou com a imprensa e em poucas palavras que se alternavam com o choro constante, falou sobre o ocorrido. "A Justiça é que vai dizer se ela (referindo-se à médica) vai ficar presa ou não. Só peço a ela que faça uma reflexão sobre ter tirado a vida de Emanuel e Emanuelle, meu dois pintinhos", afirmou, desolada, tentando encontrar forças para continuar. "É só isso que tenho a dizer, só isso. É um sentimento de morte", disse.
Se apegando à saudade e lembranças dos filhos, Marinúbia recordou o jeito de Emanuel e disse que "ele só gostava de festa, de cachorro, de pegar cachorro na rua ferido, era um menino perfeito, que amava a natureza, que não bebia, que não fumava". E, em um choro desesperador de uma mãe que perdeu os dois filhos de forma tão brutal, ela desabafou a dor maior que diz sentir na vida: "Não sei como Deus permitiu tirarem meus filhos de mim".

O caso

Classificação Indicativa: 18 anos

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