O ex-delegado da Polícia Federal e deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) encaminhou, nesta terça-feira (20), a Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, um requerimento para instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) a fim de investigar supostas ligações de parlamentares com o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso há três semanas pela Polícia Federal acusado de operar máquinas caça-níqueis em Brasília e Goiás.
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, ao menos 208 dos 513 deputados subscreveram a proposta. A intenção inicial de Protógenes era instalar uma CPI mista, mas ele não conseguiu convencer os senadores a apoiar a iniciativa. Para instalar uma CPI na Câmara são necessárias 171 assinaturas. A CPI ainda não tem data para ser instalada.
Segundo Protógenes, o objetivo é investigar se há “relação patrimonial, promíscua ou de financiamento de campanha de parlamentares" por Carlinhos Cachoeira. "Há duas situações distintas: relação de amizade, que não é crime, pois ninguém pode ser acusado de ser amigo de bandido; e se há ilícitos", declarou o deputado.
Relatório do Ministério Público em Goiás revelou que Cachoeira encabeçava uma quadrilha de mais de 80 pessoas que atuavam em Brasília e na capital goiana operando máquinas de caça-níquel com o apoio de policiais militares, civis e federais.
A investigação do MP, que resultou na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, também expôs conexões do bicheiro com políticos importantes, como o senador Demóstenes Torres (DEM) e o governador Marconi Perillo (PSDB). De acordo com a revista Época, o democrata admitiu ter recebido do bicheiro uma geladeira e um fogão importados, além de um telefone antigrampo habilitado em Miami, nos Estados Unidos, com o qual conversava regularmente com Cachoeira.
Foto: Divulgação