Salvador

Chuva e poucos banhistas marcam reabertura do Porto da Barra

Dinaldo Silva/BNews
Barraqueiros reivindicam, Guarda Municipal segue protocolo da prefeitura  |   Bnews - Divulgação Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 04/05/2021, às 13h05   Brenda Viana


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Poucos banhistas, chuva, tapumes e uma única entrada de acesso à areia. Esse foi o cenário do primeiro dia de reabertura da praia do Porto da Barra, nesta terça-feira (04), após mais de dois meses interditada.  A chuva atrapalhou baianos e turistas de curtirem um dos maiores cartões postais de Salvador.

Cadeiras, mesas, sombreiros e barraqueiros ainda continuam sem poder fazer parte do dia a dia do movimento da praia entre terça e sexta, de acordo com o decreto da prefeitura da capital baiana. A alegação é que a faixa de areia é pequena, o que pode gerar aglomeração e aumentar a proliferação do novo coronavírus. 

Para Adailton Santos, que trabalha no local há mais de 30 anos, essa situação está ficando cada vez mais difícil, pois, apesar de receber o valor de R $270 que a prefeitura disponibilizou, ainda é pouco comparado ao que ele ganhava com as praias abertas. Com isso, para ele "não dá para se manter' (...). R $270 a gente não consegue comprar direito 1 kg de carne, um 'bujão' de gás é R $100. Vai fazendo a conta aí, contando com papel higiênico, tudo isso é custo", comentou em entrevista ao BNews no calçadão do Porto.

Com três filhos, ele diz que está vivendo de cesta básica, além de ajuda dos vizinhos e amigos. "A gente vai levando, se não der para comprar o pão, a gente come cuscuz", comentou. "São 43 comerciantes, todo mundo têm licença na areia, mas tem pessoas que trabalham com eles, contando com ajudantes vira 150". 

Os tapumes, no entanto, permanecem nos demais acessos ao Porto, deixando apenas uma entrada liberada, com o controle da Guarda Municipal. Para o inspetor da Guarda Municipal, Marcelo Silva, esse único acesso à praia pode ajudar a ter o controle de aglomerações na areia. "Eles voltam a ser como anteriormente estava, com controle acesso com a possibilidade de fechamento dos portais caso a gente perceba pelo gerenciamento visual", disse ao BNews. 

Além disso, ele reiterou o uso da proteção essencial, a máscara. "É importante usar máscara aqui na beira da praia na praia, as pessoas devem usar, Se for na água, retire a máscara, se distancia um pouco, mas volta para areia e coloca a máscara novamente", disse.

As banquetas e cadeiras, uma das reivindicações dos barraqueiros, permanecem proibidas no Porto e, de acordo com Silva, isso não será possível retornar por enquanto, além de caixas de sons. "Por conta dessa impossibilidade de aglomerar tendo em vista que quando a maré sobe a faixa de areia fica ainda melhor, então a gente não pode possibilitar esse tipo de aglomeração aqui". O inspetor ainda complementa falando que há a possibilidade de trazer o cooler para o Porto, porém, a cadeira segue sendo proibida. "Não tem restrição nenhuma de um decreto para cooler, (...), mas é importante usar essa liberdade com muita inteligência", finalizou. 

Com duas crianças, Vânia Alves, carioca de 43 anos, vem pela segunda vez em Salvador. Ela disse que no Rio de Janeiro as praias estão abertas e com uma quantidade alta de aglomeração, totalmente contrário às praias da capital baiana. Resolveu sair do hotel para curtir nesta terça chuvosa. "Essa é a primeira vez que estamos entrando aqui na praia do Porto. Vim trazer as crianças para brincar, descontrair um pouco, mesmo com chuva. Não pode ficar no hotel, né? As crianças querem sair para brincar", explicou. "As praias no Rio de Janeiro estão abertas, com muita aglomeração de barracas abertas, lá pode levar tudo tá tudo liberado".

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