Saúde

Espanhol: proposta do IGH não é aceita e situação do hospital volta a estaca zero

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Segundo advogado do IGH, instituto não tem mais interesse no hospital  |   Bnews - Divulgação BNews

Publicado em 28/09/2017, às 08h01   Caroline Gois


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Na decisão da Justiça divulgada nesta quinta-feira (28), ficou definido a não aceitação da proposta do Instituto de Gestão e Humanização da Bahia (IGH) pela compra do Hospital Espanhol. A proposta foi oferecida em maio e impedida de ser avaliada por conta do recurso interposto no TRT-5 pela Caixa Econômica Federal, que tem uma parte do imóvel como garantia de um empréstimo feito e pediu para que ele fosse excluído do processo. Esta semana, a proposta foi avaliada e negada. 

A proposta do IGH chegou a R$ 123 milhões. Deste valor, R$ 70 milhões foram propostos a serem pagos em 77 repasses mensais no importe de R$ 900 mil, em parcela fixa, corrigido anualmente pela Taxa Referencial (TR) e uma parcela final no importe de R$ 700 mil, com o primeiro pagamento a partir de quatro meses da aquisição. Os outros R$ 53 milhões iriam para pagar a dívida com a Desenbahia, através de 240 repasses mensais no importe de R$ 220.833,33, em parcela fixa, Taxa Referencial (TR), com o primeiro pagamento a partir de quatro meses da aquisição. O imóvel do hospital foi avaliado pela Justiça em R$ 193 milhões e as dívidas ultrapassam os R$ 500 milhões.

Em conversa com a reportagem do BNews,  o advogado do IGH, Adriano Muricy afirma que o instituto não tem mais interesse no Espanhol. "Para o IGH o assunto está encerrado. Não temos mais interesse", afirmou.

Segundo o diretor da Coordenadoria de Execução e Expropriação do TRT-5, Rogério Fagundes, um novo edital deve ser aberto para o chamado de um novo leilão. Entretanto, ainda não há previsão já que houve o pedido de insolvência e o TRT ainda não foi notificado da decisão.

Falência
Em setença publicada nesta terça-feira, dia 26 de setembro, pela juíza Lizianni de Cerqueira Monteiro, ficou decratada a insolvência do Hospital Espanhol, quando a dívida ultrapassa o patrimônio e a administração deixa de ser da Real Sociedade. "Aduz que os débitos alcançaram somas impagáveis, totalizando quase meio milhão de reais e que o passivo supera, em muito, o ativo da sociedade, configurando a situação de insolvabilidade", diz a setença.

Em conversa com o site BNews, o advogado da Real Sociedade, Washington Pimentel, afirma que o pedido foi feito há cerca de um mês diante dos diversos furtos que vinham acontecendo no hospital, além dos bens terem sido bloqueados pela Justiça, o que impediu a Real Sociedade de arcar com segurança patrimonial. "O que muda agora é que a Justiça Comum estabelece um juízo universal dos credores - um juízo competente para julgar e administrar todo passivo envolvendo o hospital. A Justiça Comum nomeia uma dministrador judicial, de confiança", explicou Pimentel. "Nomeio o o Bel. Paulo Neves, já qualificado nos autos, administrador, da massa, devendo ser intimado, para assinar o termo de compromisso, no prazo de 24 horas", afirmou a sentença. 

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