Saúde

Funcionários da saúde em Santo Amaro estão há quase dois anos sem salários

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Publicado em 15/06/2018, às 19h33   Alexandre Santos


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Sem receber repasses municipais há exatos nove meses, a Santa Casa de Misericórdia de Oliveira dos Campinhos, instituição filantrópica no município de Santo Amaro (a 80 km de Salvador), gesta uma crise sem precedentes. Além da falta de materiais para o atendimento básico do público, incluindo medicamentos, funcionários da unidade estão há 21 meses sem receber salários.

Representantes do setor afirmam que o quadro caótico na saúde da cidade remonta à gestão do ex-prefeito Ricardo Machado, acusado de desviar R$ 24 milhões entre os anos de 2013 e 2015, segundo investigação da Polícia Federal e do Ministério Público da Bahia na 5ª fase da Operação Adsumos.

"A Santa Casa vive essa situação desde que o então prefeito Ricardo Machado decidiu assumir a gestão plena da saúde. No início do atual governo [do prefeito Flaviano Rohrs da Silva (DEM)], do qual fiz parte nos 100 primeiros dias, chegamos a ajustar as contas e a pagar os funcionários com regularidade. A partir de setembro do ano  passado, a situação perdeu o controle, uma vez que não houve repasse de um só centavo por parte do município", afirma Maurício Dias, presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (Fesfba).

O convênio da prefeitura prevê aporte de R$ 170 mil mensais.

A santa casa chegou a paralisar suas atividades por diversas vezes do fim de 2017 para cá, mas foi reaberta no último dia 3, segundo Dias, graças à "boa vontade" dos colaboradores. 

A unidade médica atende cerca de 2,5 mil pessoas por mês, com serviços de urgência e emergência, internação e especializações como pediatria, cardiologia e ultrassonografia.

"Com a Santa Casa fechada, as pessoas ficam totalmente desassistidas. Precisam se deslocar para outras cidades do recôncavo. A mais próxima fica a  aproximadamente 20 quilômetros de distância", diz o presidente da Fesfba.

No dia em que o espaço voltou a abrir as portas, o deputado federal Antônio Brito (PSD) afirmou ter assegurado emendas parlamentares de R$ 600 mil a serem destinadas para custear a unidade. Na ocasião, Brito pediu às lideranças políticas locais que "fiscalizem" a chegada da verba. 

Município diz que enfrenta sobrecarga

O secretário de Saúde de Santo Amaro, João Militão, diz que a saúde do município experimenta uma "sobrecarga". 

"Com a gestão plena, o município deixou de receber R$ 320 mil do governo do Estado, que é um impacto grande. Acontece que só chegam atualmente cerca de R$ 400 mil do Fundo Nacional da Saúde, para que o município cuide de todos os equipamentos. Há um esforço extraordinário para manter o município com comando único", justifica o secretário.

Questionado sobre a situação atual das unidades mantidas pela pasta, Militão diz que todas estão funcionando "plenamente, normal".  

"Para o governo a situação está boa. Mas, para quem precisa de atendimento, falta tudo", critica o vereador da oposição Jeronidlo Sanches (PT).

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