Saúde

Parosmia: o que é e como tratar o distúrbio causado pela Covid-19

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Intuito do tratamento é acionar o cérebro com os cheiros, para que ele volte a assimilar suas características.  |   Bnews - Divulgação Freepik

Publicado em 24/11/2021, às 06h23   Redação Bnews


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São frequentes as vezes em que a administradora Juliane Lima, de 28 anos, vai às compras para ver se sente cheiros. Ela admite que, até hoje, não entende bem o motivo de ter perdido completamente o olfato após ser acometida pela covid-19. E, assim como milhares de pacientes, vive na luta para recuperá-lo. 

Tal condição, denominada 'Parosmia', ficou popularmente conhecida por conta do novo coronavírus, mas pode também ser causada por outras infecções, como resfriados e gripes, que danificam alguma parte do sistema olfativo. Isso acontece porque o vírus atinge as terminações nervosas do nariz e o cérebro se torna incapaz de perceber os cheiros reais.

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É neste mundo distorcido que Juliane está vivendo. E, infelizmente, sem saber até quando. “Nos primeiros meses, isso me abalou muito. Minha ansiedade aumentou consideravelmente. Cheguei a acreditar que nunca teria cura’, conta Juliane. 

Não há tratamento específico para reverter o edema que causa a alteração na percepção do cheiro. Mas, de acordo com o clínico geral João Márcio de Medeiros, a regeneração geralmente acontece de forma espontânea pelo próprio organismo. Ainda que exista um risco eventual de que a mudança no olfato permaneça por mais tempo, os casos observados atualmente costumam durar cerca de seis meses. “É necessário esperar que o nervo danificado se regenere”, diz o médico. 

Apesar de a parosmia não ser um fenômeno novo, os casos eram menos frequentes antes da pandemia. Pesquisas internacionais chegam a apontar que até 47% dos pacientes que perdem o olfato devido à Covid-19 podem desenvolver o distúrbio. Tal teoria é reforçada pelo médico infectologista Adriano Oliveira. "São inúmeros os casos. O vírus da covid-19 tem uma certa predileção pelos nervos olfatórios. Sendo assim, ele atinge algumas áreas específicas, deixando-as inativas por tempo indeterminado, que tende a variar de pessoa pra pessoa. Infelizmente, ainda não temos convivência suficiente com o coronavírus para fazer afirmações concretas", destaca o especialista. 

É importante destacar que estamos falando de uma disfunção temporária, porém a recuperação total do olfato pode levar meses. Entretanto, esse processo pode ser acelerado com o acompanhamento de profissionais especializados, que auxiliarão o paciente. O intuito do tratamento é acionar o cérebro com os cheiros, para que ele volte a assimilar suas características.

“O processo de infecção provoca alterações em sentidos básicos do cérebro como o olfato, ocorrendo, então, a parosmia. Ela afeta terminações nervosas que compreendem a região nasal, isso faz com que a memória básica fique um pouco 'distorcida' e os cheiros tendem a desaparecer ou ficar estranhos”, completa Dr. João Márcio. 

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