Saúde

BNews Summer: dermatologista alerta para importância do protetor solar e hidratação durante o verão

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Dermatologista Paulo Barbosa falou ao BNews sobre a importância do uso do protetor solar e de sua reposição  |   Bnews - Divulgação BNews // Gilberto Júnior
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 29/12/2022, às 06h00


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O médico dermatologista Paulo Barbosa deu diversas dicas para as pessoas que estão pensando em pegar uma boa praia neste verão. A principal delas? O uso do protetor solar. Segundo o dermatologista, tão importante quanto usar o protetor é se atentar na reposição do produto no máximo a cada três horas ou após os banhos. Além disso, ele dá outras dicas de proteção que vão além do protetor.

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Barbosa também falou sobre outras doenças de pele e sobre a incidência do câncer de pele em pessoas que se expõem demais aos raios solares. Outro assunto abordado pelo médico foi o perigo do bronzeamento artificial. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

BNews Summer: o verão chegou com tudo, as temperaturas estão altas e o sol cada vez mais quente. Quais os cuidados devemos ter com a pele nesse período?
Paulo Barbosa: Incialmente aqueles cuidados de sempre que a gente sempre alerta da proteção. A dica dos protetores solares, que são mais acessíveis a nível de custo. Tem o horário e reposição desses produtos. Não adiantar pegar um fotoprotetor com fator de 80 a 100, passar uma vez só e pronto. Três horas depois já não faz efeito. É melhor você ter um fator menor, de custo mais baixo, que você reponha a cada duas ou três horas.

BNews Summer: o uso do protetor em spray também é indicado? Há alguma diferença para o creme?
Paulo Barbosa: O spray serve se você tiver dificuldade de uso, para usar nas costas quando estiver sozinho. É sempre melhor o creme, principalmente se tem uma pele mais seca. Fora que com o spray você perde muito. Agora, tudo tem indicação: o indivíduo que tem pele oleosa, com acne no rosto, não deve usar protetor solar nem creme, nem spray. Esse sujeito deve usar gel.

BNews Summer: além do protetor, quais os outros cuidados que devemos tomar para nos protegermos do sol?
Paulo Barbosa: Tem que ter a hidratação, muita água. Procurar usar linhas de roupas com fator de proteção, e hoje elas têm um custo menor. Chapéus e camisas UV Line. Agora, é preciso comprar esses produtos de boa procedência para não comprar gato por lebre. É bom lembrar, também, que a areia reflete o sol, então mesmo quem está na sombra, no sombreiro, deve usar protetor. Entrou na água, repõe o protetor.

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BNews Summer: além da queimadura na pele, quais problemas relacionados à pele podem surgir nessa época?
Paulo Barbosa: Aquele chuveirinho que tem em algumas praias é um foco absurdo de micose. A proliferação dos fungos acontece onde tem calor e umidade, e ali a água fica empoçada e quente. Além disso, na areia da praia é muito comum ter cachorro e gato, principalmente à noite. Eles defecam e a pessoa que pisa pode ter doença de pele. Os panos brancos também são comuns. Tudo que tem calor e umidade está propício a desenvolver fungo, até mesmo as cadeiras de praia devem ser forradas para evitar problemas.

BNews Summer: pessoas negras devem também devem tomar cuidados com o sol. Existe diferença no fator de proteção do protetor solar?
Paulo Barbosa: Quanto mais clara a pele, maior o número do protetor. O indivíduo de pele morena a negra, se ele usar o protetor até fator 30 tá excelente. O indivíduo com pele muito clara tem que usar de 30 para cima. Os que tem olho claro ou histórico de câncer de pele na família têm que usar o fator mais alto possível. Lembrando que não é porque a pele é negra que não queima. Ela tem proteção maior por ter mais melanina, protetor natural. Mas tem que usar o protetor.

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BNews Summer: quais os mitos e verdades em relação ao horário ideal para exposição ao sol? Seria antes das 10h e após às 16h?
Paulo Barbosa: É isso pelo seguinte: a incidência de sol, se você olhar paro o sol, ele está mais em cima de você, bem mais na sua cabeça, de 12h às 14h. O pico é maior nesse horário, então o poder de queimadura é maior. Por isso que se fala para tomar sol cedo ou a partir de 16h. O carioca vai para praia a partir das 16h. E a gente faz o contrário. E se você observar o sol está queimando cada vez mais.

BNews Summer: crianças e idosos devem ter cuidados adicionais em relação ao sol nesse período?
Paulo Barbosa: Existem cuidados especiais para eles porque desidratam com mais facilidade. O idoso já tem pele mais fina, mais ressecada, mais desidratada por si só. Tem que ter uma reposição maior, se hidratar bastante. Tem que hidratar e sempre, não só ingerindo liquido, mas também passando hidratante. Pode ser um creme hidratante comum, se você borrifar um soro na pele já funciona.

BNews Summer: pessoas que não têm muitos cuidados com a pele estão mais propensas a ter câncer?
Paulo Barbosa: Veja bem, não quer dizer que tomou um sol e pegou câncer de pele. A degeneração do tecido é lenta e progressiva. Quando se toma sol até os vinte e poucos anos de idade, quando ele chega aos 50 ele pode ter câncer em decorrência do sol lá de trás. Hoje em dia existe uma conscientização maior que na nossa geração lá atrás nós não tivemos. Antigamente a mulherada ficava deitada no sol torrando, achando bacana.

BNews Summer: há algum nível seguro para uso de bronzeadores?
Paulo Barbosa: Existem bronzeadores da indústria farmacêutica. O perigoso são os produtos vendidos na praia, nos tabuleiros, urucum, etc. Aquilo ali para fazer queimadura é rápido. Mas hoje tem autobronzeador seguro, em farmácia. Outra coisa perigosa são as câmaras de bronzeamento artificial. Aquilo ali é condenado no mundo todo. Ali você está estimulando células cancerígenas que estão quietas. Mas repito, o problema não é usar uma vez, é o uso contínuo que pode trazer problemas.

BNews Summer: qual orientação você dá para quem nunca teve cuidado com a pele na juventude e agora, já na vida adulta, percebeu a importância desses procedimentos?
Paulo Barbosa: A exposição que você teve nos primeiros vinte e poucos anos de vida você vai pagar esse preço a partir da quarta ou quinta década de vida, podendo ter lesões cancerígenas ou não. Com essa conscientização que vem se tendo nos últimos anos, faz com que as pessoas passem a se proteger. Não quer dizer que uma pessoa de 50 anos e que passa a se proteger vai evitar o câncer.

BNews Summer: tem muita gente que percebe alguma mancha diferente na pele e vai pesquisar no Google. Qual seu conselho para essas pessoas?
Paulo Barbosa: Tem que procurar o especialista sempre. Existe a regra dos sinais que a pessoa pode se orientar, mas se vir um sinal suspeito, uma tonalidade diferente, um aspecto diferente, mais áspero, não regular, tem que procurar o especialista. Hoje tem exames de imagem que ficam gravados e que nem precisa tirar a lesão. Já vemos no exame e já damos a segurança de que não vai ter lesão, ou vamos alertar que tire a lesão e procure especialista.

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