Saúde

Descoberta de variante mais agressiva do HIV traz novas implicações sobre o tema

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Mundo volta a atenção para a urgência em controlar a proliferação do HIV e sua variante descoberta recentemente  |   Bnews - Divulgação Reprodução // Cavallini James/BSIP/Science

Publicado em 13/02/2022, às 15h41   Redação BNews


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Pesquisadores da Universidade de Oxford, da Inglaterra, relataram na semana passada a descoberta de uma variante do HIV, vírus causador da aids, com características nunca vistas. Chamada de VB, a cepa apresenta-se em concentração no sangue entre 3,5 e 5,5 vezes mais elevada em comparação às outras, segundo estudos.

Isso a torna uma máquina de destruição das células, que invade os linfócitos T CD4+, que são parte do sistema de defesa do corpo humano. O declínio no total dessas células acontece em velocidade duas vezes maior do que a verificada quando o ataque é feito por demais variantes.

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“A descoberta ressalta a urgência de acelerar os esforços para deter a pandemia do HIV”, afirma Eamonn Murphy, executivo do programa das Nações Unidas voltado ao controle da doença, segundo a Veja. Até aqui, o HIV é a pandemia mais mortal do nosso tempo — cerca de 36 milhões de pessoas perderam a vida em razão dos danos causados pelo vírus", ressaltou.

Os linfócitos são parte do sistema imunológico. Aniquilá-los significa enfraquecer uma linha importante de defesa do organismo contra agentes estranhos e quanto mais bruscamente isso ocorrer, melhor para o vírus e pior para o ser humano. O corpo fica vulnerável e tem as portas abertas às infecções oportunistas que podem levar à morte.

A descrição da variante foi feita em artigo publicado na revista científica Science, uma das mais renomadas do universo acadêmico. Sua linhagem é ligada ao HIV-1 (existe o 2 também), o mais prevalente no Brasil. A cepa foi isolada em 109 pacientes (eram homens que fazem sexo com homens) da Holanda. Por causa da rapidez com que as células invadidas são destruídas, os pesquisadores calculam que os linfócitos caiam a taxas extremamente baixas em apenas nove meses entre homens na faixa etária entre 30 e 39 anos.

Quando a infecção ocorre pelas demais variantes, é preciso três anos até que se dê o estrago no organismo. O resultado é que pessoas contaminadas pela nova cepa manifestariam os primeiros sintomas da doença (infecções recorrentes) em dois a três anos, enquanto os infectados por outras variantes podem levar até sete anos para apresentá-los caso não estejam em tratamento.

Além de tudo isso, há outra característica. “A nova cepa tem potencial para se propagar com mais velocidade”, diz o epidemiologista evolutivo Chris Wymant, da Universidade de Oxford e autor principal do estudo.

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