Saúde
Em campanhas como o Novembro Azul, a saúde masculina ganha destaque, alertando para a importância de exames regulares e desmistificando o tratamento do câncer de próstata como uma questão de cuidado e prevenção.
Tendo em vista a importância do diagnóstico precoce da doença, o BNews entrevistou o médico urologista Leonardo Calazans para buscar mais informações acerca da problemática que matou 17 mil homens no Brasil em 2023, uma média de 47 por dia, com base em dados do Ministério da Saúde divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
Leia a entrevista na íntegra:
BNews: Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata?
Leonardo Calazans: O câncer de próstata é altamente frequente na nossa população, e, por isso, a gente faz essas campanhas de Novembro Azul e faz o rastreio da população para detectar precocemente o câncer de próstata. A gente deve ficar mais atento nos pacientes que têm esse fator de risco, que são, em primeiro lugar, a história familiar, pacientes que têm parentes em primeiro grau, principalmente, pai, irmão, e quanto mais jovens esses parentes tiveram o câncer de próstata, maior risco para o paciente. E a população negra também tem uma incidência maior de câncer de próstata. De maneira clara, esses são os dois principais fatores; outros fatores como obesidade, por exemplo, ainda não tem uma relação bem estabelecida, mas a gente percebe que os pacientes que têm obesidade, eles acabam diagnosticando o câncer de próstata de maneira mais agressiva do que na população geral.
BNews: Com que idade e frequência os homens devem fazer os exames preventivos?
Leonardo Calazans: De maneira geral, o exame de toque e o PSA (um teste feito a partir da coleta de amostra de sangue do paciente), que é a maneira que fazemos o rastreio do câncer de próstata, devem ser realizado uma vez por ano, a partir dos 45 anos de idade para pacientes com os fatores de risco, e a partir dos 50 anos para quem não possui os fatores de risco. Desta forma, o exame deve ser anual. Aceita-se fazer uma redução na frequência do toque, apenas do toque, não do PSA, para pacientes acima dos 60 anos, de baixo risco, que tenha o PSA abaixo de 1, então nesses casos, a Sociedade Europeia de Urologia admite espaçar o exame de toque para cada dois e três anos.
BNews: Por que o toque retal é importante no diagnóstico do câncer de próstata?
Leonardo Calazans: O rastreio é feito com o toque retal e o PSA, um complementa o outro na grande maioria das vezes, você vai ter uma elevação do PSA, mesmo que o toque seja normal (sem alterações), mas de 5% a da 10% dos casos, vai acontecer do PSA ser normal e o exame de toque ser alterado. Então, por isso é importante você complementar o PSA com o exame do toque retal. Nesses casos, às vezes, o tumor é até mais agressivo quando o PSA não é elevado, então, a gente só consegue diagnosticar com o exame de toque."
BNews: O câncer de próstata pode ser assintomático? Como isso afeta o diagnóstico precoce?
Leonardo Calazans: Na grande maioria das vezes o câncer de próstata é assintomático, por isso que a detecção precoce com os exames anuais, tornam-se fundamentais para que a gente possa diagnosticar o câncer quando ainda é assintomático. Óbvio que, frequentemente, um paciente com câncer de próstata pode ter alguma dificuldade para urinar, mas isso geralmente é decorrente da hiperplasia prostática benigna, que é o crescimento benigno da próstata, que acontece com o envelhecimento do homem naturalmente, que dá esses sintomas de dificuldade para urinar. O câncer de próstata só vai manifestar esses sintomas quando ele estiver muito avançado, além de sintomas de que o câncer se espalhou da próstata, como: dor óssea, dificuldade para andar, sangramento na urina e perda de peso.
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