Saúde

Outubro Rosa: avanços na tecnologia auxiliam na prevenção e combate ao câncer de mama

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Mastologistas falam ao BNews sobre avanços da ciência e tecnologia no combate à doença  |   Bnews - Divulgação Reprodução // Agência Brasil
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 12/10/2023, às 08h00


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A ciência e a tecnologia proporcionam cada vez mais avanços na prevenção e tratamento contra o câncer de mama. Essa é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, com patamares diferenciados entre as regiões. A taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada por idade pela população mundial, foi 11,71 óbitos/100.000 mulheres, em 2021.

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A alta tecnologia veio engrossar o time nessa batalha contra o câncer, contribuindo com ferramentas importantes como medicamentos e aparelhos que contribuem de forma cada vez mais positiva para a terapia do tratamento contra o câncer de mama.

Para tratar a doença, existem as terapias locais (retirada do tumor ou mastectomia e radioterapia) e sistêmica (quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica). Em ambos os casos, a medicina já apresenta tratamentos muito mais eficazes do que os que eram usados anos atrás.

A história recente da medicina mostra que nos últimos anos houve evolução das cirurgias menos agressivas e, também, das terapias mais individualizadas. Considerando esse e outros avanços, os resultados são cada vez mais positivos. Relatório da American Cancer Society atesta que a mortalidade por câncer caiu 27% em 25 anos, nos EUA.

Entre os pontos e evolução, a cirurgia robótica, a medicina personalizada, quimioterapia menos agressiva e a evolução radiológica.

A médica Sálvia Canguçu, mastologista Hospital Aristides Maltez e Rede D’Or, coordenadora da mastologia Cican, apontou ao BNews algumas evoluções, entre elas as terapias-alvo. “Visam diretamente as alterações moleculares e genéticas nas células cancerígenas, bloqueando os sinais que promovem o crescimento do tumor. Exemplos incluem inibidores de CDK4/6, inibidores de HER2 e inibidores de PARP”, disse.

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Sálvia Canguçu - mastologista do Hospital Aristides Maltez
e Rede D’Or

Mestre Pesquisa Clínica pela Fiocruz, Canguçu também falou sobre imunoterapia, que envolve “uso de medicamentos que estimulam o sistema imunológico do organismo a combater as células do câncer. Em câncer de mama triplo negativo, por exemplo, a imunoterapia com inibidores de checkpoint imunológico, como pembrolizumabe, mostrou benefícios significativos em alguns casos”.

Questionada sobre o papel da terapia hormonal, a médica explicou que o método desempenha um papel crucial no tratamento de câncer de mama hormônio receptor positivo. “Avanços recentes incluem o desenvolvimento de inibidores de aromatase mais potentes e novas opções para supressão ovariana em mulheres pré-menopáusicas”, destacou.

A mastologista também citou a medicina de precisão, a cirurgia oncoplástica, que combina técnicas de cirurgia oncológica com procedimentos de cirurgia Plástica, com reconstrução mamária para preservar a aparência estética da mama após a remoção de tumores, e, também, os avanços em radioterapia.

“Técnicas de radioterapia, como radioterapia intraoperatória e radioterapia parcial acelerada, têm se mostrado eficazes na redução da duração do tratamento e impacto na qualidade da radioterapia, proporcionando menos efeitos colaterais e melhores resultados na mama”, revelou em entrevista ao BNews.

Esses são, segundo Sálvia Canguçu, apenas alguns exemplos dos avanços recentes no tratamento do câncer de mama. A médica alerta que cada caso é único, e os tratamentos devem ser individualizados com base nas características específicas do tumor. “Através de exames imunohistoquímica podemos saber o subtipo molecular e as necessidades da paciente. Consultar um médico mastologista é oncologista é crucial para receber as informações mais atualizadas, as opções de tratamento mais adequadas para cada caso e direcionar o tratamento mais individualizado possível”, salientou.

A chefe do Serviço de Mastologia do Hospital Aristides Maltez, Ana Cláudia Imbassahy, que também é mastologista do Nucleo Integrado de mastologia Hospital Aliança e Oncologia D’or, trouxe como novidade avanço tecnológico na ressonância magnética: “uma das novidades é a ressonância magnética com possibilidade de rastrear mamas muito densas, que é outro fator de risco e também é genético. Então, se a pessoa tem uma mama muito densa, que aparece na mamografia muita glândula, muito tecido mamário, isso também é um fator de risco. E essa mamografia pode falhar, pode não enxergar algo que esteja oculto dentro desse tecido mamário por conta desse aspecto. E aí é necessário complementar esse exame com ultrassonografia mamária e, para alguns casos, com a ressonância magnética também”.  

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Ana Cláudia Imbassahy, chefe do Serviço de Mastologia
do Hospital Aristides Maltez

Com relação aos tratamentos sistêmicos, Ana Cláudia ressalta que “eles evoluíram muito” e citou o exame da himunohistoquímica. “Cada mulher pode ter uma doença diferente, e temos hoje um arsenal terapêutico para tratamento com resultados muito melhores do que antes”. Questionada sobre a facilidade de encontrar os tratamentos mais avançados no SUS, a mastologista ponderou: “Infelizmente o SUS não contempla todas essas inovações. Muitas vezes são medicamentos que vêm com alto custo e demoram muito para chegar e serem incorporados ao arsenal terapêutico do câncer de mama”.

Classificação Indicativa: Livre

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