Saúde

Outubro Rosa: quase 700 mulheres já morreram de câncer de mama na Bahia em 2022

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Dados epidemiológicos, no entanto, podem não refletir o cenário exato do diagnósticos de câncer de mama na Bahia  |   Bnews - Divulgação Reprodução/SBCO
Daniel Brito

por Daniel Brito

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Publicado em 20/10/2022, às 06h00


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Em toda a Bahia, 686 mulheres morreram vítimas do câncer de mama até o mês de setembro deste ano. Os dados preliminares são da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab). O número de mortes em todo o ano de 2021, por sua vez, foi de 1.057.

Quanto ao número de internações causadas pela doença, até o mês de julho, foram realizadas 2.040 na Bahia. Em todo o ano de 2021, o número havia sido de 3.664. Já em 2019, último ano antes da pandemia de Covid-19, foram 3.943 internações. No ano seguinte, primeiro ano da emergência de saúde global, houve uma queda: foram contabilizadas 3.322 mulheres hospitalizadas.

Os dados, no entanto, podem não ter refletido exatamente a realidade, segundo a coordenadora de projetos itinerantes da Sesab, Jane Glaucia, justamente por conta do cenário da pandemia, que contribuiu para o abandono de tratamentos e a não realização de mamografias preventivas.

"As mulheres ficaram em casa e pacientes que tinha câncer não foram fazer a complementação do seu tratamento. Esse cenário epidemiológico não condiz com o nosso fluxo natural da doença. Hoje, nós temos uma previsão de 3.480 mulheres terem câncer de mama na faixa dos 50 a 69 anos em todo o estado", alerta ao BNews.  

Já em Salvador, de acordo com a coordenadora, a estimativa é de que haja, atualmente, cerca de 1.500 mulheres acometidas com a doença na mesma faixa etária. "Sabemos que as oscilações nesses números ocorrem por conta desse momento que vivemos, de queda da rotina, de não lidar com o inesperado, além da própria rede, que não concedeu acesso igualitário", acrescenta.

"Os números não são fictícios, mas não são parâmetros para o cenário atual", complementa, ressaltando que havia uma expectativa de aumento nas internações devido ao movimento de retomada das atividades, mas que até o momento não se refletiu.

A taxa estimada pela Instituto Nacional de Câncer (INCA) para a incidência da enfermiade em mulheres baianas é de 40,55 casos para cada 100 mil mulheres.

Demanda reprimida

A capital baiana, por sua vez, sentiu os impactos da chamada demanda reprimida, onde houve casos de pessoas que deixaram de prosseguir com tratamentos de doenças crônicas, como é o caso do câncer de mama. Além disso, devido à falta de disponibilidade e do receio em sair de casa, adiaram exames preventivos.

"Existem diversos casos onde as pessoas tentam marcar suas consultas, pois passaram a chegar nas UPAs muito agravadas porque passaram dois anos sem se cuidar. Nesse último sábado, quando realizamos o Dia D, uma senhora havia me dito que fez seu último preventivo antes da pandemia", relata o secretário municipal de Saúde, Décio Martins. O chefe da SMS ressalta que, em 2021, foram registrados 700 casos da doença em Salvador.

Realizado no último sábado (15), o chamado Dia D do Outubro Rosa, promovido pela SMS, acolheu cerca de 4 mil mulheres com atendimentos em saúde. Um novo mutirão deverá ser realizado ainda este mês. A iniciativa faz parte da programação especial do mês dedicado à conscientização e prevenção do câncer de mama e colo de útero.

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