Ciência

Aos 60, Nasa planeja enviar homem novamente para além da Terra

Imagem Aos 60, Nasa planeja enviar homem novamente para além da Terra
Sinônimo de ciência de qualidade, agência espacial alçou os EUA à liderança da exploração espacial  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 29/07/2018, às 09h02   Folhapress


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Neste domingo (29), a Nasa, agência espacial que se tornou sinônimo de ciência de qualidade (e a maior vítima de teorias malucas da conspiração) faz 60 anos.

A fama é justificada. Embora tenha sido fundada em 1958 para correr atrás da União Soviética e coordenar os então desarrazoados esforços americanos de reação ao lançamento do Sputnik, em pouco menos de dez anos a instituição levou os Estados Unidos à liderança na exploração espacial, condição que perdura até hoje.

Ao longo dessas seis décadas de história, foram tantas realizações incríveis que aos críticos só restou negá-las. Não são poucas as pessoas que, desinformadas, acham hoje que o projeto Apollo não levou humanos à Lua de 1969 a 1972.

Claro, a descrença não impede que muitas dessas pessoas se beneficiem de tecnologias criadas por iniciativa da Nasa. E os pousos lunares, que marcaram a vitória dos EUA na corrida espacial, são apenas uma das grandes conquistas da agência.

Criada durante a presidência de Dwight Eisenhower, ela foi a continuação direta de uma outra agência do governo americano, conhecida pela sigla Naca (Comitê Consultivo Nacional de Aeronáutica), fundada em 1915 e focada em tecnologias de aviação.

Com o "efeito Sputnik" a partir de 4 de outubro de 1957, com um satélite soviético sobrevoando desimpedido os EUA diariamente, o governo americano precisava reagir.

A solução encontrada foi reorganizar a Naca, transformando-a em Nasa (Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço) e incorporando alguns novos centros de pesquisa aos de sua predecessora. Seria uma agência civil de exploração espacial, em contraste com o programa soviético, eminentemente militar.

Dentre as mais relevantes aquisições na transição da Naca para a Nasa, há o JPL (Laboratório de Propulsão a Jato), nascido dentro do Caltech, o Instituto de Tecnologia da Califórnia, que foi incorporado à Nasa ainda em 1958 e tinha no currículo o sucesso do primeiro satélite americano, o Explorer-1.

Dois anos depois, o que até então era a ABMA (Agência de Mísseis Balísticos do Exército) se tornou, ao ser incorporada à Nasa, o Centro de Voo Espacial Marshall. 

Lá trabalhavam o alemão Wernher von Braun e sua equipe, responsáveis pelo desenvolvimento dos superfoguetes que permitiriam à agência levar astronautas até a Lua e trazê-los de volta em segurança, no que se tornou o maior feito de qualquer programa espacial tripulado, até hoje.

Pudera: diante do desafio imposto pelo sucessor de Eisenhower, John F. Kennedy, para que Nasa realizasse esse plano ambicioso até o final da década de 1960, o governo não poupou recursos. A agência chegou a responder por 5% de todo o orçamento federal no auge do programa Apollo.

Desde então, teve de se contentar com um patamar ao redor de um décimo disso, o que travou expectativas de que a agência prosseguiria com o estabelecimento de uma base lunar tripulada e uma viagem a Marte com astronautas.

Isso não impediu a agência de prosseguir sua rota de inovação, com grandes feitos na exploração robótica. A Nasa foi a primeira (e única até o momento) a pousar com sucesso em Marte, a primeira (e única até o momento) a enviar espaçonaves a Mercúrio, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão.

Em seu programa tripulado, a agência se dedicou, de 1981 a 2011, a operar os ônibus espaciais --os primeiros foguetes reutilizáveis da história. Mas a operação do programa acabou saindo tão cara, e os acidentes se mostraram tão frequentes, que o tiro saiu pela culatra. 

Os acidentes mais trágicos ocorreram em 1986 e 2003. No primeiro, o Challenger explodiu pouco depois de ter sido lançado, matando todos os sete astronautas a bordo. Em 2003, o mesmo aconteceu com o ônibus espacial Columbia, durante sua reentrada na atmosfera, matando seus sete tripulantes.

Neste momento, a agência busca saídas para levar seus astronautas —novamente com cápsulas— ao espaço, e está desenvolvendo um sistema para que humanos possam mais uma vez deixar a órbita da Terra. Desta vez por um preço menor do que o pago nos anos 1960.

Classificação Indicativa: Livre

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