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BNews Gastrô: organizadora do Tempero no Forte fala sobre novidades do evento gastronômico

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Djanira Dias é empresária e organizadora do Tempero no Forte  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 31/10/2023, às 16h58


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A coluna BNews Gastrô bateu um papo com a empresária Djanira Dias, que é organizadora do Tempero no Forte, festival gastronômico que está em sua 17ª edição.

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Djanira Dias, empresária e organizadora do Tempero no Forte

O evento apresenta um "circuito nos restaurantes" e esse ano terá o tema “Costa dos Coqueiros – Riquezas e Sabores do Litoral Norte”. Confira a entrevista na íntegra abaixo:

BNews Gastrô: Essa é a 17ª edição do Tempero no Forte. Quais os grandes diferenciais do evento e quais novidades podem ser esperadas para 2023?
Djanira Dias: O Tempero no Forte é um produto turístico e cultural que tem um formato específico que une gastronomia, música instrumental e cultura. O evento apresenta um “Circuito nos Restaurantes” durante 11 dias, onde chefs e cozinheiros locais criam um prato com um tema. Neste ano o tema é “Costa dos Coqueiros – Riquezas e Sabores do Litoral Norte”. Além disso, temos 3 dias de ações culturais, com muito entretenimento. Música e grupos culturais locais circulando pela Vila, shows instrumentais no Coreto, e a grande atração nacional no Projeto Tamar, Cozinha Show com chefs locais e nacionais e o ‘Mercado do Forte’ com design, artesanato, moda e produtos da região. O Tempero é uma festa de cultura e de sabores. Este ano teremos uma atração gastronômica no meio da Vila, que será novidade.

BNews Gastrô: Como foi o período da pandemia para vocês e, agora, de que forma o mercado da gastronomia está se comportando na região?
Djanira Dias: A pandemia foi difícil, mas mesmo assim realizamos um Festival híbrido, digital e presencial, em 2020, unindo os 2 destinos, Praia do Forte e Salvador, seguindo as regras do Ministério da Saúde, divulgando os horários e regras de funcionamento de cada estabelecimento, conforme os regulamentos estaduais e federais. Em 2021 realizamos no Centro de Convenções de Salvador, o Tempero Bahia, com formato “drive in” e “drive thru”, com música instrumental, além do ‘Circuito nos Restaurantes’, conforme protocolos de saúde. Entendemos que mesmo em um momento especial e complicado, tanto para o segmento de gastronomia, quanto para o segmento de eventos, seria muito importante contar com um produto que movimenta a economia criativa e incentiva os pequenos e microempreendedores, e o Tempero cumpriu seu papel. O segmento de alimentação fora do lar e o segmento de cultura e eventos, ainda está em processo de recuperação dos impactos da pandemia, que realmente afetaram de forma significativa estes segmentos. Acredito que 2024 seja o início desta recuperação.

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BNews Gastrô: Quantos estabelecimentos participam e quais as características do Festival? Quais tipos de cozinha dominam o Festival?
Djanira Dias: Em torno de 30 estabelecimentos participam do Festival, incluindo Praia do Forte e entorno como Guarajuba e Lagoa Aruá. As cozinhas são variadas, com destaque para a típica cozinha baiana, mas temos também a italiana, japonesa, etc. Lembrando que os restaurantes devem criar um Prato que tenha as características do seu restaurante, mas que inclua ingredientes do tema, que sempre valoriza a gastronomia baiana e brasileira.

BNews Gastrô: Qual sua opinião sobre a valorização dos profissionais da gastronomia e de que forma o Festival trabalha isso?
Djanira Dias: Lutamos por isso. Sabemos que nem sempre os chefs e cozinheiros, que estão no “backstage” são devidamente valorizados e o Festival busca dar visibilidade, troca de conhecimentos, além de impulsionar a criatividade. Na nossa divulgação sempre utilizamos a foto do prato e do chef e cozinheiro, assim como uma mini bio/perfil dos chefs no site. Fazemos isso também na sinalização dos restaurantes. Temos cursos em parceira com o Senac e Sebrae, além da Cozinha Show. O Festival é um espaço também para network, troca de ideias e com certeza o “business” da Gastronomia tem um movimento real antes, durante e mesmo após o evento.

BNews Gastrô: Além de fomentar a gastronomia em si, eventos como esse também fortalecem a economia e o turismo. Há algum dado ou percepção acerca do incremento desses setores no período de realização do Festival?
Djanira Dias: O Turismo Gastronômico e Cultural é uma realidade no mundo e no Brasil, e tem a atenção e prioridade do Ministério do Turismo, ao ponto de lançar em 2022, o Programa Nacional do Turismo Gastronômico. Segundo dados do próprio Ministério do Turismo, mais de 95% dos viajantes internacionais que visitam o país avaliam positivamente a culinária dos destinos brasileiros. No aspecto cultural, o que pode representar mais a cultura de um povo, do que um prato de comida? Falando do Tempero no Forte, citado em Pesquisa da FGV, Sebrae Nacional e do próprio Ministério do Turismo, o Festival foi considerado uma das 3 maiores atrações do destino, junto com o São João e o Réveillon. Os benefícios do Festival, não se restringem aos estabelecimentos participantes, pois beneficia toda a cadeia turística e cultural, como lojas, serviços de viagens e até o “Tuc Tuc” que circula pela Vila, além dos grupos culturais locais e artesãos que consideram a renda extra trazida pelo Festival como o 14º salário.


BNews Gastrô: Há apoio do poder público para realização do Festival? De que forma?
Djanira Dias: Todas as atrações culturais do Festival são gratuitas, com movimentação da economia criativa nas regiões onde atua. Por esse motivo a viabilidade deste empreendimento só acontece através das Leis de Incentivo à Cultura Federal e Estadual. O Tempero tem o apoio de todas as instâncias: federal, estadual e municipal, independentemente de partidos políticos, já que há o entendimento da importância real deste produto cultural e turístico.

BNews Gastrô: Há um mito de que comer bem custa caro. De que forma desmistificar isso e, claro, tornar esse tipo de hábito mais acessível ao povo?
Djanira Dias: Particularmente, acho que esse mito não é forte na Bahia, se considerarmos as filas nas baianas de acarajé, e o sucesso das comidas de boteco, ou as chamadas comidas “pesadas”, como sarapatel, rabada, que fazem tanto sucesso e de valores acessíveis. É possível sim, comer bem de forma acessível na Bahia. Ou até se considerarmos os Festivais Gastronômicos que focam no preço como fator de atratividade e são longevos e muito bem avaliados e esperados pelo público. No caso do Tempero, realmente não temos foco no preço e sim em um tema, que traga a valorização dos ingredientes da gastronomia baiana e brasileira, que movimentam os produtores regionais no consumo dos seus itens pelos estabelecimentos comerciais, proporcionando aos chefs e cozinheiros a liberdade na criação de pratos com proteínas e ingredientes que geram preços variados. Mesmo assim, temos a participação de restaurantes simples com preços mais acessíveis até os mais requintados com pratos mais elaborados, atraindo diversos níveis de classes sociais e proporcionando renda para micro, pequenos e médios empreendimentos. Comer bem custa caro? Depende da experiência.

Classificação Indicativa: Livre

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