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Credores da Itapemirim aprovam afastamento de Sidnei Piva

Divulgação Itapemirim
O empresário, acusado de má gestão, retomou a frente do grupo em março  |   Bnews - Divulgação Divulgação Itapemirim

Publicado em 18/05/2022, às 19h42   Ana Paula Branco/ Folhapress


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Em assembleia realizada nesta quarta (18), os credores do Grupo Itapemirim votaram, quase por unanimidade, pelo afastamento de Sidnei Piva do comando da empresa.

O empresário, acusado de má gestão, retomou a frente do grupo em março, quando a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) revogou uma decisão anterior da Justiça de São Paulo.

O resultado da assembleia de credores segue para o juiz determinar o afastamento.

O Grupo Itapemirim está em recuperação judicial desde 2016 e com dívidas tributárias estimadas em torno de R$ 2 bilhões.

Piva é acusado de má gestão, principalmente nos serviços da ITA (Itapemirim Transportes Aéreos), a companhia aérea pertencente ao grupo que parou de voar no final de 2021 após seis meses de operação. Estimativa do Procon-SP informa que a suspensão causou prejuízos a cerca de 130 mil passageiros.

No início de janeiro, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) proibiu a ITA de voltar a vender passagens aéreas até que a empresa demonstre que cumpriu todas as ações corretivas para quem foi afetado pela suspensão de suas atividades, como reacomodação e reembolso integral do bilhete aéreo.
Em comunicado distribuído a funcionários no dia 13 de abril, o presidente da ITA, Adalberto Bogsan, anunciou a venda da empresa para a Baufaker Consulting. A EXM Partners, que administra o processo de recuperação judicial do Grupo Itapemirim, contestou a transação na Justiça.

Semanas depois, o empresário brasiliense do ramo imobiliário Galeb Baufaker Júnior, do Gbaufaker Group, afirmou que desistiu de comprar a companhia aérea.

HISTÓRICO DE SIDNEI PIVA É RECHEADO DE POLÊMICAS

Sidnei Piva tem uma trajetória marcada por acusações de contratos não cumpridos e processos judiciais.

Um dos problemas mais críticos do grupo é a falta de pagamento de funcionários.

Em 29 de dezembro, o MP-SP (Ministério Público de São Paulo) pediu que os bens do empresário fossem bloqueados. No pedido ao juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações da capital paulista, também constaram a inclusão da ITA no processo de recuperação judicial, a conversão da recuperação judicial em falência e a suspensão de todos os leilões para venda de ativos da Itapemirim.

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De acordo com a defesa de Piva, não houve bloqueio de bens e todas as medidas cautelares foram revogadas.

No final de fevereiro, a Itapemirim anunciou a suspensão "temporária" das atividades do Ita Bank a partir de 7 de março, data-limite para que os 2,7 mil clientes transferissem o dinheiro de suas contas. Segundo a empresa, a suspensão se deve a uma troca de plataforma.

O lançamento do Ita Bank havia sido anunciado por Piva em entrevista à Folha, em outubro. Na época, o empresário afirmou que o banco digital iria financiar passagens aéreas da ITA em 36 vezes.

Em 30 de dezembro do ano passado, a Viação Itapemirim pediu à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) para parar de atender 73 cidades, com 16 linhas, o que iria acontecer a partir de 27 de janeiro. Os 73 mercados representavam 15% do total de 482 que a empresa tem autorização para operar.

Na data prevista para o início da suspensão, porém, a Viação Itapemirim pediu o cancelamento da medida, informando à ANTT ter realizado "uma readequação operacional", que a permitiu continuar com a operação das linhas de ônibus.

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