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O que é 'overturism'? entenda por que cidades europeias querem conter o turismo em excesso

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Países europeus são popularmente reconhecidos como destinos turísticos consolidados  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Pixabay

Publicado em 15/07/2023, às 10h28   Téo Mazzoni



Enquanto o setor de turismo brasilerio segue em alta, e colhendo os frutos da alta temporada de julho, algumas cidades ao redor do mundo pretendem implementar cobranças aos viajantes, como impostos, devido a um fenômeno conhecido como 'overturism', ou excesso de turismo. A maior parte desses lugares fica na Europa, continente que recebe muitos visitantes durante todo o ano. Importantes destinos turísticos como Veneza, localizada na Itália, já estuda a implementação de taxas de entrada há algum tempo. 

Um recente balanço da operadora de turismo CVC, referente ao primeiro trimestre deste ano, apontou um crescimento de 71% na demanda por viagens internacionais frente ao mesmo período de 2022. 

Há uma crescente tendência entre os turistas brasileiros de buscar destinos na Europa, tornando-a um verdadeiro paraíso para eles. Cidades como Lisboa e Paris estão superando Miami em termos de popularidade, de acordo com os dados revelados pela Booking.com. Além disso, destinos como Paris, Londres, Barcelona e Roma estão se destacando nas principais buscas globais.

Especialistas afirmam que os brasileiros agora desejam experiências de viagem mais imersivas, procurando destinos que ofereçam ampla oferta cultural e gastronômica. Como resultado, cidades americanas, cujas atividades se concentram mais em entretenimento e compras, estão perdendo posições nos rankings.

Preservação da cultura local

Os países europeus são popularmente reconhecidos como destinos turísticos consolidados, em grande parte devido à abundância de patrimônio cultural e arquitetônico preservado, bem como à segurança, estabilidade política e econômica, infraestrutura de transporte, acomodação e diversidade de paisagens.

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No entanto, as autoridades europeias estão cada vez mais preocupadas com a preservação dos monumentos e locais turísticos e têm adotado medidas para controlar o número de visitantes. Isso inclui a imposição de restrições de capacidade máxima em determinados locais ou a aplicação de taxas para tornar as viagens mais dispendiosas. Essas medidas visam equilibrar a experiência dos turistas com a preservação do patrimônio e garantir a sustentabilidade do turismo a longo prazo.

De acordo com Vitor Stuart de Pieri, professor do Departamento de Turismo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), essas medidas são pensadas para conter problemas trazidos pelo turismo de massa, como o encarecimento dos aluguéis com a expansão das plataformas de hospedagem.

"Isso leva à gentrificação: a mudança forçada da população local para áreas mais distantes da região central. É um fenômeno muito comum nos grandes centros urbanos europeus", disse.

Pieri conta que está crescendo também o fenômeno da “turismofobia”, a aversão da população local ao turismo. Com mais pessoas na cidade, os alimentos aumentam de preço e as ruas se tornam mais barulhentas, o que perturba os moradores.

"Em Barcelona, por exemplo, estão proibindo guiamento de grupos acima de trinta pessoas e a utilização de megafones", frisou.

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