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Colapso de mina da Braskem pode abrir cratera do tamanho do Maracanã? Prefeitura de Maceió explica

Mina fica na região da Lagoa Mundaú, no Mutange, um dos “bairros fantasmas” da capital alagoana  |  Fernanda Luz/AGIF/Folhapress

Publicado em 04/12/2023, às 11h50 - Atualizado às 12h20   Fernanda Luz/AGIF/Folhapress   Adelia Felix

A prefeitura de Maceió (AL) informou, na manhã desta segunda-feira (4), que não procede a informação de que a cratera que se formaria com o possível colapso da mina 18 da Braskem teria o tamanho do estádio do Maracanã.

A informação é compartilhada após a Defesa Civil do Município apontar além do possível risco iminente de desabamento da mina e o agravamento dos tremores, na região da Lagoa Mundaú, no Mutange, um dos “bairros fantasmas” da capital alagoana. Segundo o órgão municipal, a informação é especulação e não tem base científica.

Segundo dados do último sonar, feito no dia 4 de novembro deste ano, a cavidade da mina 18 apresentou um volume de 116.000 m³, o que seria 27 vezes menor do que o estádio, que tem um tamanho de 3.118.500 m³, segundo dados calculados pelo Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió (CIMADEC).

“É mera especulação calcularmos a área que seria afetada, pois estamos diante de um cenário inédito, jamais vivenciado no Brasil. Os dados não fazem essa previsão”, explica o coordenador-geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre.

De acordo com a Defesa Civil de Maceió, o monitoramento de toda a área afetada pelo fenômeno de afundamento do solo é feito por uma rede de equipamento que mede em milímetro possíveis deslocamentos em superfície, subsuperfície, inclinação e rotação, com o objetivo de acompanhar a evolução espacial e temporal do fenômeno de subsidência.

O Município também detalha que técnicos das áreas de geologia, geografia, engenharia de agrimensura, engenharia civil e agentes de monitoramento compõem o time que realiza o monitoramento ininterrupto desde 2019, e fazem a análise dos dados.

“Estamos todos empenhados nessa missão, pois nosso maior objetivo é salvaguardar a vida dos maceioenses. Por isso, desde quando foi identificado a subsidência em cinco bairros da capital, mais de 55 mil pessoas já saíram da área de risco”, reforça o coordenador-geral.

Rede de equipamentos

- Rede sismológica com 14 sensores superficiais e 12 em profundidade;

- Interferometria de radar por abertura sintética (InSAR) em uma área de aproximadamente 16 km², e com alta resolução espacial;

- 75 Receptores com Sistema diferencial de navegação Global por satélite (DGPS's);

- Quatro Inclinômetros com 250m de profundidade e sensores a cada 1m;

- 13 Tiltímetros;

- Três Pluviômetros instalados próximos a área afetada.

Monitoramento
A Defesa Civil de Maceió monitora ininterruptamente a movimentação de solo que está ocorrendo na cavidade 18, onde havia a extração de sal-gema pela mineradora Braskem. Desde a última terça-feira (28), o equipamento que mede a movimentação do solo na mina apresentou deslocamentos expressivos, o que colocou todos os técnicos em alerta máximo para, desde então, iniciar uma força tarefa para gerenciar o caso.

O Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió realiza o monitoramento diário pelos equipamentos instalados em toda a área atingida e em seu entorno. Um desses equipamentos é o Sistema de Posicionamento Global Diferencial (DGPS), que pode medir a movimentação do solo vertical e horizontal (3D) em milímetros, em tempo real.

Além da rede de equipamentos, o órgão daz visitas periódicas em toda a área adjacente do mapa, realizadas pelo Comitê Técnico. As visitas têm por objetivo conferir nessas residências se aparecem novas manifestações patológicas e, sendo encontradas, se têm relação com o processo de subsidência do solo.

A situação de emergência de Maceió foi reconhecida pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa.

Prefeito em Brasília
O prefeito JHC desembarcou em Brasília, nesta segunda. Na capital federal, ele se reúne com autoridades federais e trata do risco iminente de colapso da mina 18, da Braskem, no Mutante.

JHC vai se reunir com o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro, com o Ministro do Turismo, Celso Sabino, o presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Fernandes, com o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e com o Ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula. Além disso, o prefeito também vai participar de uma sessão não deliberativa no Senado Federal.

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